O desenvolvimento é a explanação da ideia apresentada no tópico frasal. Assim, o autor do texto deve preocupar-se com a clareza daquilo que será exposto, o que pode ser feito por meio de enumeração de detalhes, comparações, analogias, exemplos, ilustrações.
Os diferentes tipos de desenvolvimento
1. Enumeração ou descrição de detalhes – O desenvolvimento por enumeração de detalhes é o mais comum e caracteriza-se pela descrição e especificação de pormenores.
A Turquia é um país de muitos inimigos históricos, fruto colhido durante o Império Otomano. Dentre esses inimigos estão os armênios, gregos, persas, russos e os próprios árabes, entre outros. Contudo, os ventos soprados recentemente de maior autonomia turca apontam para uma reconciliação. Gregos e turcos estão negociando a sensível questão cipriota e encaminhando uma possível reunificação da ilha. A Turquia também foi o primeiro país a se solidarizar com a crise econômica grega. Os árabes, que estiveram por oito séculos sob domínio turco, período em que os rancores foram aprofundados, olham para os turcos do século XXI com menos reticência. Ancara ganhou mil pontos no mundo árabe e muçulmano com o episódio da flotilha pró-palestina no Mediterrâneo, desastrada iniciativa israelense que reacendeu a brasa local. A firmeza com que a Turquia reagiu a Israel, chamando os soldados judeus de “piratas”, trouxe-lhe uma atmosfera de liderança regional. A delicada questão armênia também tem sido conduzida com tato pelo atual governo, o qual conseguiu, inclusive, o reatamento das relações turco-armênias que estavam corroídas há décadas. (SILVA, 2010, p. 40)
2. Analogia e comparação – Na comparação, as semelhanças são reais e expressas por termos como quanto, como, tal qual, parecer, lembrar, dar uma ideia. Nas analogias, as semelhanças são imaginárias (GARCIA, 2010, p. 233). Veja o exemplo extraído da obra do professor Othon Moacir Garcia:
O Sol é muitíssimo maior do que a Terra, e está ainda tão quente que é como uma enorme bola incandescente, que inunda o espaço em torno com luz e calor. Nós aqui na Terra não poderíamos passar muito tempo sem a luz e o calor que nos vêm do Sol, apesar de sabermos produzir aqui mesmo tanto luz quanto calor.
Note que o exemplo apresenta a estrutura da comparação (“é como uma bola incandescente”) e o conteúdo feito por analogia: explica-se o desconhecido (a temperatura do Sol) por meio de um elemento conhecido (uma bola de fogo).
3. Citação de exemplos – Esse tipo de parágrafo pode ter um aspecto didático ou literário. No primeiro caso, os exemplos servem para elucidar o que foi exposto e é possível encontrar expressões como “por exemplo”.
Ensinar a ler e a escrever é função de toda a equipe pedagógica, afinal, essas são estratégias para a construção de aprendizagem em qualquer área do conhecimento. Para que os docentes das demais disciplinas também assumam essa responsabilidade, o professor de Língua Portuguesa, junto com o coordenador pedagógico, pode usar a experiência que tem e disseminar propostas de formação de leitores e escritores na escola, fazendo parceria com os colegas. […] O educador de Geografia, por exemplo, pode adequar suas mediações para favorecer momentos em que os alunos lançam mão da leitura e da escrita, para analisar e elaborar mapas geográficos. (FERREIRA, 2014, p. 23)
Nos casos em que o exemplo não é didático, o parágrafo não apresenta as partículas próprias da exemplificação:
Outro sério problema do Estado português foram as dívidas. Nenhum rei português possuía suficiente capital para custear as enormes despesas no ultramar e aquelas originadas pelo luxo da corte, acentuado com o passar do tempo, que drenava somas formidáveis para atividades improdutivas como a construção de palácios, o sustento de cortesãos e os privilégios eclesiásticos. Os monarcas portugueses comportavam-se como se o império fosse eterno. (AMADO & FIGUEIREDO, 2009, p. 25)
Há outras formas de desenvolver o parágrafo; escolhemos, no entanto, apenas algumas que podem ser bem utilizadas por nossos leitores.
Referências:
AMADO, J.; L.C. FIGUEIREDO. Por terras nunca dantes mapeadas. História Viva- Grandes temas. São Paulo, n.14
FERREIRA, A. S. Trabalhar leitura e escrita é tarefa só da área de Língua Portuguesa? Revista Nova Escola. São Paulo, v.29, n. 269, p. 23, fev 2014.
GARCIA, O.M. Comunicação em prosa moderna. 27.ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2010.
SILVA, E.A.C. A quem cabe a última palavra. Carta na escola. São Paulo: Confiança, 2010. p. 40 – 42
Os conteúdos estão perfeitos!!!
Obrigada, José Carlos! Volte sempre!