Há, pelo menos, cinco acepções para a palavra “gramática”: 1) Conjunto de regras que definem o funcionamento de uma língua; 2)Conjunto de normas que regulam o uso da norma culta; 3) Perspectiva de estudos dos fatos da linguagem; 4) Disciplina de estudo; e, 5) Compêndio descritivo-normativo sobre a língua. Em “Gramática do português brasileiro escrito”, escrita por Francisco Eduardo Vieira e Carlos Alberto Faraco e publicada pela Parábola Editorial, os autores descrevem e analisam como a língua brasileira é escrita, de fato, pela maioria dos brasileiros.
Por que uma gramática do português brasileiro?
O português falado no Brasil e o utilizado em Portugal NÃO são têm as mesmas características. Apesar do nome “língua portuguesa”, qualquer falante nativo dos dois países consegue notar que há diferenças relativas ao sotaque, ao vocabulário, à posição de termos na oração (Por exemplo, no Brasil, há uma preferência pelo pronome antes do verbo), Por que podemos considerar como duas línguas diferentes?
Isso se dá por razões históricas. O português brasileiro foi influenciado por línguas indígenas e línguas africanas, enquanto o português europeu não sofreu as mesmas influências. Confira os meus textos África no português brasileiro e Elemento indígena no português brasileiro.
Além disso, todas as línguas mudam com o tempo (TODAS!). Desse modo, nem o português brasileiro nem o europeu permaneceram como eram em 22 de abril de 1500. Isso não parece óbvio? Uma vez que sofreram influências diferentes, seguiram por caminhos diferentes.
Por que uma gramática do português brasileiro escrito?
Confira o que dizem os autores de “Gramática do português brasileiro escrito” a esse respeito:
Falar e escrever, mesmo em situações monitoradas, não resultam em textos com a mesma gramática. Isso quer dizer que a gramática de um texto falado por um certo alguém é diferente da gramática de um texto escrito por essa mesma pessoa. Não se trata, porém, de textos em línguas diferentes, mas produtos de práticas sociais que se dão em modalidades distintas da língua. (p. 18)
“Gramática do português brasileiro escrito” é um livro em 16 capítulos, que analisam as questões normativas relativas à estruturação do período. Os capítulos 1 e 2 esclarecem os conceitos de português brasileiro escrito e a modalidade escrita dessa língua.
O capítulo 3 explora a construção dos períodos simples e compostos e analisa os constituintes do modelo analítico SVCA — sujeito, verbo, complemento verbal e adjunto adverbial, enquanto capítulo 4 apresenta os procedimentos para delimitar os constituintes do período. Já, no capítulo 5, os autores tratam da coordenação entre as orações. O capítulo 6 é dedicado ao estudo do paralelismo sintático.
Nos capítulos 7, 8 e 9, os professores abordam as questões terminológicas e estruturais das orações subordinadas subjetivas, completivas e adverbiais, que cumprem as funções de sujeitos, complementos verbais e adjuntos adverbiais.
Nos três capítulos seguintes, o tema é regência verbal, regência nominal e a crase.
O capítulo 13 continua a análise dos períodos subordinados, porém é dedicado ao estudo das orações relativas restritivas e explicativas; ou seja, os adjuntos adnominais e os apostos.
Os três últimos capítulos são dedicados à concordância verbal e à concordância nominal, bem como relação entre a transitividade dos verbos, o uso dos pronomes oblíquos e a colocação pronominal.
Outras leituras sobre português brasileiro
Gramática pedagógica do português brasileiro, de Marcos Bagno – Clique AQUI para ver o livro no site da editora.
Português ou brasileiro? Um convite à pesquisa, de Marcos Bagno – Clique AQUI para ver o livro no site da editora.
Gostei! Fiquei com vontade de adquirir o livro, mas preciso terminar outros que já comprei rs. Excelente resumo!
Já deixa esse aí na lista de desejos… rsrsrs