Trovadorismo – uma proposta de atividade

Coparticipar em uma aula como estagiária é um momento importante para aliar conhecimento acadêmico com a experiência do ambiente escolar. Durante a primeira etapa de estágio na turma da professora Andréa Motta, ela propôs que escolhêssemos um tema que não tivéssemos tanto domínio. Afinal, seria um processo de construção para trabalhar o nosso ponto fraco. Como desafio e enriquecimento para a minha formação, organizamos uma aula sobre o Trovadorismo para resgatar a Literatura da Idade Média.

No início da aula, apresentamos aos alunos que o Trovadorismo é um movimento literário que se manifestou na Idade Média nos séculos XII a XIV. O nome deste período não é ingênuo, mas sim ligado aos compositores das cantigas: os trovadores. Considerando que estudar as cantigas medievais é resgatar a própria História da Idade Média, apresentamos brevemente os contextos histórico, cultural, social e artístico para favorecer um conhecimento mais amplo sobre o tema e por levar, ainda, os alunos a explorarem as cantigas medievais com mais domínio. 

Na segunda etapa da aula, nós analisamos as seguintes cantigas trovadorescas: “Ondas do Mar de Vigo”, de Martin Codax; “Cantiga da Ribeirinha”, de Paio Soares de Taveirós; “Dona Feia”, de Jean Garcia de Guilhada e, uma cantiga sem nome, de Pero da Ponte. Esse momento de análise e conversa foi muito interessante da aula, porque os alunos conseguiram apontar algumas características da história nos textos medievais e analisaram os diferentes gêneros (lírico e satírico) nas suas estratégias de composição, nos universos de referências (cotidiano do campo, dos homens, das mulheres e dos palácios), levantando questões e hipóteses.

Após esta etapa, selecionamos uma atividade prática do livro “Filologia História e Língua: olhares sobre o português medieval”, já que eu tinha terminado de cursar a disciplina de História da Língua portuguesa” com uma das autoras do livro, a professora Célia Regina. A ideia era de que os alunos pudessem assumir a posição de um filólogo e realizar uma preparação de um texto. Todo exercício foi realizado por meio de uma situação hipotética de uma mensagem de WhatsApp e cada grupo de alunos foi responsável por realizar uma das três versões de um mesmo texto. (O exercício distribuído à turma está disponível na página 3 do handout, além disso também disponibilizo na página 5, o quadro sistematizado das informações de cada versão).

 Esse exercício foi muito produtivo, porque eles não somente entenderam a importância do trabalho filológico por meio de um exercício similar com um texto atual (WhatsApp), como também conseguiram entender que os textos medievais também passam por essas versões diante de algumas intervenções (desenvolvimento de abreviaturas, normatização do uso de maiúsculas e minúsculas, normatização de pontuação, etc.). Além disso, eles também foram capazes de refletir sobre sua escrita-fala e os efeitos causados por seus atos de linguagem, observando os diferentes registros e normas. Afinal, não existe língua sem variação. O desafio é fazer os alunos capazes de modular sua escrita/fala em diferentes situações de interação.  

Por fim, esse foi o meu relato das atividades da minha primeira coparticipação em uma turma da professora Andréa Motta que, diretamente, me auxiliou com olhar crítico e sugestões instigantes para a minha prática do estágio. As suas reflexões nas aulas mostram o seu grau de comprometimento em formar alunos leitores, escritores, pessoas conscientes. Obrigada por acolher os seus estagiários.

Você é professor(a)? Baixe o arquivo com a proposta de atividade:

Para baixar a proposta de atividade, baixe AQUI o PDF da aula (Arquivo no Google Drive).

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Confira a resenha do livro Filologia, história e língua: olhares sobre o português medieval. Clique AQUI.

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Daniele Rosa é graduanda do 8º período de Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Siga no Facebook e no Instagram (@danielerrosa).

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