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[Dica de livro] Um deus chamado dinheiro

Aristófanes, nascido em Atenas aproximadamente em 455 a.C.,  é considerado  o  maior  comediógrafo da Antiguidade,  a  quem é atribuída a autoria de  44 comédias.  Uma delas é Um deus chamado dinheiro, originalmente intitulada Pluto,  que na mitologia é o deus da riqueza e da prosperidade.

A obra  foi escrita por volta de a. C. e conta a história de Crêmilo, um pobre que se revolta ao ver ricos desonestos por todos os lados, enquanto ele é pobre e honesto. Diante disso, consulta o oráculo de Apolo a fim de saber se pode educar o filho como trapaceiro, uma vez que isso parece ser mais vantajoso.

aristofanes

O deus, então, responde-lhe que deveria seguir a primeira pessoa que encontrasse pelo caminho. O  homem obedece e, na estrada, encontra um  velho cego que acaba por  se revelar como  Pluto.   Sob esta condição, ele aparece, muitas vezes, nos textos como um homem cego, uma vez que a riqueza deveria favorecer indistintamente todas as pessoas (KURY, 2003). Na obra de Aristófanes, é o próprio deus  quem explica sua cegueira:

“Foi Zeus quem me fez isto, despeitado por causa dos homens. Há muito tempo eu ameaçava ele de favorecer as pessoas justas, sábias e honestas. Então ele me cegou para impedir de reconhecer as pessoas. Vejam até quanto vai o despeito dele contra as pessoas de bem!” (p. 186)

Na cegueira,  Pluto trataria  igualmente a todos; no  entanto,  o  teatrólogo demonstra, por meio de uma alegoria,  que a riqueza não é um prêmio  para a bondade, honestidade e justiça, uma vez  que o deus concedia suas graças a quem o venerasse e demonstrasse astúcia

Ítalo Calvino, em  Por que ler os clássicos,  considera que uma  obra  clássica é  aquela que, mesmo passados anos ou  séculos de sua primeira publicação, permanece atual.  A comédia de Aristófanes é  um clássico  que  nos  permite refletir e debater sobre princípios  morais.

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Medeia, de  Eurípedes –  O  que  uma mulher traída é capaz de fazer? Esta é a pergunta do dramaturgo grego  Eurípedes.

Tartufo ou  o  Impostor, de Molière – Tartufo, escrita em 1664, é  obra  cômica de crítica à   Igreja Católica e  fez o  autor ser acusado de libertinagem.

 
Referências: 

ARISTÓFANES. As nuvens. Só para mulheres. Um deus chamado dinheiro. 3.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. 262 p.  

KURY, M.G. Dicionário de mitologia grega e romana. 7.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

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Andréa Motta

Professora de Língua Portuguesa , Literatura e Formação do Leitor Literário no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro.

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