O que são variedades linguísticas? O que é preconceito linguístico? Afinal, o que é erro e acerto no uso da língua? O que é o português padrão e por que é chamado assim? Para responder a tais perguntas, propus aos meus alunos do primeiro ano do Ensino Médio a leitura de A língua de Eulália, obra do linguista Marcos Bagno, já citada aqui no Conversa.
O item do programa a ser contemplado era variedades linguísticas e eu não apresentei antes nenhum outro material sobre o assunto; apenas pedi aos alunos que lessem o livro. O trabalho foi realizado em três etapas:
1. Leitura do livro, produção textual e publicação on line. Utilizo, como recurso para a disciplina Língua Portuguesa, uma rede social criada no site Ning. Na primeira etapa deste trabalho, os alunos produziram individualmente textos sobre o livro A língua de Eulália. Além dos textos, era possível publicar vídeos e outros materiais que pudessem enriquecer o trabalho.
2. Debate. O debate foi mediado pelos grupos, que apresentaram à turma os temas dos capítulos lidos e propuseram a discussão sobre as ideias do autor. Foi o momento mais rico de todo o processo.
3. Leitura comparativa e produção textual sobre outro texto. Os alunos receberam cópia de resenha sobre o livro Preconceito linguístico – o que é, como se faz, também do linguista Marcos Bagno. Como tarefa, fizeram a releitura do livro de trabalho, buscando nele os tópicos referentes aos oito mitos da linguagem sobre os quais o professor escreve em Preconceito linguístico.
Para ler a resenha oferecida aos alunos, clique AQUI.
Queridas, obrigada pela visita!
Lúcia, eu não vejo o posicionamento de gramáticos e linguístas como uma "rivalidade", mas como visões diferentes sobre o uso da língua.
Ana, eu já conhecia esse seu texto, mas não lembro como cheguei a ele.
Fátima, fiquei curiosa: como será a abordagem do tema no laboratório de informática?
Maria Lúcia, obrigada mais uma vez por sua visita.
Vou trabalhar este assunto agora em maio com alunos no laboratório de informática, estou pensando como trabalhar este tema.
Infelizmente, ainda existem colegas com a ideologia de que, fora da gramática normativa, não existe vida inteligente. Devemos ensinar aos nossos alunos que existem variantes linguísticas e que não existe certo ou errado e, sim, o adequado e o inadequado para uma determinada ocasião. Sendo assim, eles precisam dominar algumas regras gramaticais para utilizá-las em ocasiões específicas. Como professores, não podemos também desprivilegiar o conhecimento linguístico dos alunos, que foi adquirido na sua convivência familiar.
Abraços!
Olá Andréa
É super interessante essa questão da variação linguística, pena que na educação tradicional ainda se preconize as ideias dos gramáticos ortodoxos, só vi sobre este tema na faculdade, acho ruim ter tido esse conhecimento tão tarde, deveriamos aprender a desmitificar estes mitos e preconceito linguistico desde cedo. Fazes muito bem em repassar este conteúdo, quanto mais gente souber melhor.
Certa vez fiz até um texto sobre este tema no meu blog, se puderes ler e dá sua opinião a respeito dele, eu ficaria muito grata. Eu ainda pretendo revisá-lo, pois notei já alguns erros nele, mesmo assim te passo o link, para caso queira ler.
http://escritosideologicos.blogspot.com/2010/03/preciso-ser-gramatico-pra-escrever.html
Abraços
Excelente postagem, Andréa, e excelente também o seu trabalho com os seus alunos. Parabéns! Abraços!
Oi.Eu fiz um trabalho na faculdade com esse livro do Marcos Bagno,eu achei interessante.Entretanto ele vê muito defeito nos gramáticos,será que é normal os linguísticas achá-los arrogantes e os gramáticos não gostarem do ensino dos linguísticos.Lá na faculdade eu sentia um clima de rivalidade.Você vê essa rivalidade também?
Abraços,Lúcia
29/04/010