Há alguns dias eu conversava com alunos sobre o significado dos nomes e sobrenomes. Alguém tocara no assunto e passamos a debater o tema: Oliveira, Ferreira, Silva, Motta, Souza, Dos Anjos… Alguns lembraram-se de que muitos sobrenomes portugueses indicam que os antepassados eram judeus convertidos, como os Oliveira, os Macieira, pois os chamados cristãos novos adotavam nomes de árvores assim que se convertiam. Nossa dúvida ainda era sobre a origem de outros nomes Hoje, por acaso, encontrei em meu baú de revistas um texto de Gabriel Perissé, em que o autor mostra como atividades profissionais passaram a identificar as famílias.
No artigo “De profissões a sobrenomes”, Gabriel Perissé conta como atividades profissionais passaram a designar famílias inteiras. O autor nos conta que durante o Concílio de Trento determinou-se que os registros de batismo deveriam conter o prenome e o sobrenome; o primeiro deveria ser inspirado em algum personagem bíblico ou na biografia de algum santo. Uma vez que as pessoas não tinham registro antes dessa determinação e apenas a sua origem geográfica ou ofício as diferenciava, esses foram o parâmetro utilizado para registrar os filhos.
A partir da ordem dada pela Igreja surgiram os nomes familiares. Deste modo, o sobrenome Baker (como Norma Jeane Baker, o verdadeiro nome de Marilyn Monroe) designava os filhos do padeiro; Schumacher, os filhos do sapateiro. Costureiro originou os sobrenomes Sarto, Sartre e Saste, em italiano, francês e espanhol, respectivamente. O ofício de ferreiro originou Ferreira, Ferreiro, Ferrero, Herrero, Smith, Schmidt e Hadad.
Referência bibliográfica:
PERISSÉ, Gabriel. De profissões a sobrenomes. Revista Língua Portuguesa: Especial Etimologia, São Paulo: Editora Segmento, n. 2, p.56-57, mar. 2007
Muito legal, uma boa referência para minha pesquisa, um grande abraço – Walter Olivas – http://www.meusparentes.com.br/blog