Andréa MottaHoje, 21 de dezembro de 2012, corresponde ao fim do calendário Maia, o que provocou uma série de superstições acerca do que seria o “fim do mundo”. Os religiosos de origem judaico-cristã rebatem as discussões com o evangelho de São Mateus (“Vigiai e orai, por que não sabeis o dia e nem a hora em que o Filho do Homem há de vir”) e os cientistas já avisaram que o mundo vai mesmo acabar, mas só daqui a alguns bilhões de anos. Nada disso adiantou e os engraçadinhos continuam fazendo piada sobre o assunto. A literatura e o cinema também estão entre as linguagens, que há quase 100 anos, também abordam o tema. E já que vamos morrer mesmo, por que o Conversa de Português não pode falar do assunto também?
Em 30 de outubro de 1938, o então desconhecido Orson Welles, interrompeu a programação da rádio CBS para anunciar que a Terra estava sendo invadida por marcianos trípodes: “A C.B.S. interrompe seu programa para anunciar aos ouvintes que um meteoro de grandes dimensões caiu em Grovers Hill, no Estado de Nova Jersey, a algumas milhas de Nova York” – anunciou o locutor. Em seguida, os ouvintes escutaram as vozes de alienígenas que invadiam a sede da estação de rádio. Welles anunciou, então, que os monstros caminhavam rumo a New York. Ao perceber que a população entrava em um processo de histeria coletiva, o diretor da emissora decidiu explicar que tudo era apenas uma leitura da obra Guerra dos Mundos (War of the Worlds), publicada em 1898 pelo escritor H.G. Wells. O mesmo texto seria adaptado duas vezes para o cinema: em 1952 e em 2005, versão que tinha Tom Cruise no papel principal. (Veja mais sobre a leitura de Orson Welles no site Projeto Vozes do Rádio)
A frase “A mil chegarás; de dois mil não passarás”, atribuída a Nostradamus foi muito lembrada às vésperas do ano 2000. Em 1998, dois anos antes da suposta tragédia, Mimi Leder dirigiu Impacto Profundo (Deep Impact), em que um grande meteoro estava em rota de colisão com a Terra e ameaçava o futuro da humanidade. Em 2004, Roland Emmerich dirigiu O dia depois de amanhã (The Day after tomorrow), em que o planeta era mostrado em momentos pós-apocalípticos, decorrentes do aquecimento global – era o fim do mundo com consciência ambiental. Em 2009, foi lançado o filme 2012, inspirado na chamada “profecia Maia”.
Em 2012, muitas brincadeiras surgiram nas redes sociais sobre o apocalipse maia: charges, programação da tragédia (com direito ao retorno do ET de Varginha) e muita reclamação dos mal humorados que não conseguiram levar a coisa na esportiva.
Quer saber a origem do fim do mundo programado para 2012? Leia a matéria E o fim do mundo? , publicada pela Revista de História da Biblioteca Nacional. Clique AQUI.
Assista a um trecho do filme Impacto profundo:
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