Eu fiquei imensamente feliz quando minha colega de trabalho, professora Regina Celi, procurou-me para contar que gostaria de publicar no Conversa de Português os textos de dois de seus alunos do Ensino Médio. Os meninos – como ela os chama – produziram duas interessantíssimas crônicas e eu vim correndo publicá-las. Confesso-me feliz, pois aconteceu o que eu desejava ao criar o blog: outra professora entusiasmada e orgulhosa do que faz veio usar esse “espaço”.
Como navegar pelos mares (ou até a livraria)
Clara Q.Amaral
Aluna do 1º ano do Ensino Médio
Acho digníssimo afirmar que a grande maioria dos indivíduos lotados de hormônios pululantes, em ponto de ebulição (também conhecidos como adolescentes) não estão acostumados a entrar e sair de bibliotecas na mesma velocidade com que invadem os cinemas (a não ser para estudar no dia anterior àquela prova matadora de química). Então, arrisco-me a dizer que, pelo menos, 99% da turma T121, ao abrir o livro Os Lusíadas, correu para casa em busca de um dicionário (ou pela net, em busca de um resumo on line). É claro que, tendo em vista o próprio aprimoramento literário (ou, sejamos francos, visando gabaritar o seminário) cada um se “obrigou” a passar pelas primeiras página do livro (no vulgar, “meteu s cara”) e, com o passar do tempo, e das folhas, todos (atrevo-me a generalizar) nos envolvemos com a obra e passamos a querer navegar (se me permitem o trocadilho) pelos versos. E, talvez, de agora em diante as bibliotecas não tenham apenas estudantes retardatários e, sim, pequenos leitores.
Crônica sem título
Gabriel Stocco
Aluno do 1º ano do Ensino Médio
Durante uma época, Luiz Vaz de Camões esteve em um barco a caminho das Índias e consigo levava um grande acervo de livros para passar o tempo, inclusive Os Lusíadas, a que tinha um grande apreço.Em um certo dia, no convés do barco, lá estava ele escrevendo seu livro (que mais tarde viraria um épico), muito alegre por sinal. Quando estava começando a escrever um dos cantos, disse para si mesmo que o dia estava tão bonito, tão radiante para escrever, apesar de estar em um barco que há dias estava em alto mar, e que balançava muito causando nele, náuseas.Após algumas horas, vieram nuvenss que sinalizavam a mudança de um lindo dia, que estava alegrando Camões, para um tempo chuvoso e que uma simples tentativa de andar na embarcação era uma tarefa difícil para todos os presentes na viagem. Este mau tempo causou a movimentação grandiosa das águas marítimas.No mesmo instante, o capitão do barco disse que a tormenta (mau tempo) era um teste para a fé de todos ali. Quando terminou de sinalizar isso, uma grande onda fez com que o barco virasse e jogou todos os tripulantes com tudo o que tinham dentro da embarcação, inclusive os livros de Camões, em alto mar.Neste momento, Camões, já dentro da água, tentou recuperar seu precioso canto da história de Portugal. Os Lusíadas, infelizmente, foi o único livro que ele conseguiu recuperar. Vendo que não podia recuperar seus preciosos livros, tentou nadar até achasse uma ilha onde pudesse se abrigar e esperar que alguém o salvasse.
Andrea obrigada por ajudar a divulgar a coletiva sobre bullying. Abraço!
Puxa Andréia, adorei! Vc poderia fazer mais isso, uma seção com textos dos alunos. Refresco literário. Texto de jovem refresca.
beijos