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Método Cornell: uma boa maneira de estudar

Como você estuda? Anota enquanto lê ou enquanto ouve o professor falar? Lê, guarda o livro e depois resume? Como anota os tópicos que você precisa estudar mais? Sistematizar a maneira como estudamos é fundamental para compreendermos qual é o melhor método para nós e para que o nosso cérebro também reconheça esses momentos e retenha as informações relevantes. O Método de Anotações Cornell é bem interessante para quem precisa se organizar para os estudos.

Quando estava na faculdade (e isso foi há um tempão!), eu tinha dois grandes problemas: falta de tempo para estudar, porque eu já era professora na Educação Infantil, e dificuldade de fazer anotações enquanto os professores falavam. Ou eu prestava atenção aos professores ou eu anotava; se escolhesse a segunda opção, estaria estabelecido o caos. Como eu iria anotar o que não havia entendido e, portanto, não havia retido? Precisei ficar atenta às maneiras como eu estudava e quais delas favoreciam verdadeiramente o meu aprendizado. A essa conscientização sobre o nosso próprio processo de aprendizado damos o nome de metacognição¹.

Estabeleci, então, um método para mim: ouvia tudo, anotava apenas palavras-chave e, no final do dia, depois de dar aula à tarde, eu escrevia absolutamente tudo aquilo de que conseguia lembrar das aulas que tivera pela manhã. As dúvidas eram anotadas em um canto do caderno para eu pesquisar na biblioteca da faculdade ou nos livros que eu tinha em casa (Eu terminei a faculdade um ano antes de criarem o Google!). Muitos anos depois, descobri que o tipo de anotações que eu fazia era parecido com algo chamado Método de Anotações Cornell.

Método de Anotações Cornell

Certamente, você já viu esse método por aí em outros blogs e em alguns canais no YouTube. O que talvez você não saiba é a sua origem.

O Método Cornell foi criado, nos anos 1940, pelo professor Walter Pauk, da Universidade Cornell, nos  Estados Unidos. Pauk é autor do livro “Como estudar na faculdade” (“How to study in College”), em que descreve o método.

Como ele funciona?

Observe a imagem abaixo:

O método é muito simples, pois consiste basicamente em anotações de informações durante e depois dos estudos. Ele pode ser resumido nas seguintes etapas:

1ª etapa: Coluna “Anotações”

Durante a aula, leitura ou palestra, faça as anotações na coluna 1, como faria normalmente em seu caderno. Escreva as dúvidas e perguntas que gostaria de fazer ao professor ou pesquisar mais tarde.

Dica de professora: Não deixe de anotar aqueles pontos da matéria sinalizados pelos professores com as frases “Atenção a isso…”, “Esse ponto é importante…”, “Esse ponto tem relação com outro que estudamos….”. Em minhas aulas e avaliações, eu cobro essas informações depois ou uso para indicar informações recorrentes em exames vestibulares.

2ª etapa: Coluna “Tópicos”

Após a aula, releia as anotações feitas na coluna 1 e tente classificá-las por palavras-chave , de modo a lembrar o que foi estudado.

Revise as dúvidas e perguntas da primeira etapa. É nessa etapa que você buscará informações com o objetivo de sanar as dúvidas da etapa anterior.

3ª etapa: o rodapé

Depois de anotar, reler o que escreveu, pesquisar o que não ficou muito claro e estudar tudo de novo, faça um resumo sobre o contéudo estudado.

Dica de ouro: Faça o resumo apenas no espaço 3, que deve ter entre 5 e 7 linhas. Não ultrapasse esse espaço, pois será um ótimo exercício de sumarização.

Clique no botão abaixo para acessar o arquivo com o modelo de ficha e fazer o download:

Encontrei um vídeo bem interessante no YouTube. A Ana, criadora do canal Ana’s Studies, mostrou 3 tipos de anotações que deram muito certo para os seus estudos e um deles é o Cornell. Veja abaixo:

Se não conseuir visualizar o player, assista no YouTube.

Leia mais no blog:

Como fazer um resumo? Aprenda a sumarizar.

Você sabe fazer fichamento?

Como fazer um bom resumo?


Nota:

¹ O conceito de Metacognição foi definido por John Flavell (Stanford University) nos anos 1970 “como o conhecimento que as pessoas têm sobre seus próprios processos cognitivos e a habilidade de controlar esses processos”. Você pode ler mais sobre o assunto neste link.

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Andréa Motta

Professora de Língua Portuguesa , Literatura e Formação do Leitor Literário no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro.

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