Língua Portuguesa: tradições e modernidade, publicado pela Parábola Editorial, é organizado por Tania Maria Nunes de Lima Camara, Denise Salim Santos, Flávio de Aguiar Barbosa e Alexandre do Amaral Ribeiro. A apresentação da obra é feita por André Nemi Conforte que escreve seu texto como um belíssimo depoimento sobre o seu contato com os estudos linguísticos e com o FELIN ─ Fórum de Estudos Linguísticos ─ da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Chamou-me bastante atenção a Apresentação do professor André, pois descobri que fomos contemporâneos na UERJ. Ele relata a sua participação como músico na quinta edição do FELIN (2000). Eu estava naquela universidade finalizando a minha segunda graduação e assisti a algumas palestras do Fórum na condição de ouvinte. Eu me lembro da música “Gramático apaixonado”, de sua autoria em parceria com Walace Cestari, e o professor relata esse momento em seu texto de apresentação em Língua Portuguesa: tradições e modernidade.
Por que destacar essa escrita bastante pessoal do professor André Conforte? Porque, embora todo o livro resulte de pesquisas acadêmicas sobre o ensino de língua portuguesa, a leitura de todos eles foi imensamente leve e prazerosa. Em alguns deles, senti-me em uma conversa com os autores.
Um exemplo dessa “intimidade” ocorreu ao ler Literatura de cordel: das feiras livres às salas de aula, de Janduhi Dantas. Sou uma apaixonada por literatura de cordel e tudo aquilo que se relaciona a essa cultura. O professor e cordelista relata a sua experiência docente e literária com os textos de cordel. Janduhi, cordelista de renome, é autor também de Lições de gramática em versos de cordel. Por meio desse capítulo, o escritor demonstra como o professor pode promover a leitura de literatura popular na sala de aula.
Os outros quinze capítulos propõem a discussão de temas como iconicidade, ensino de produção textual, poesia musical, o game como um gênero textual, eponímia e toponímia, ensino de língua na escola básica.