Uma das dificuldades de quem está aprendendo língua portuguesa – quer como língua materna, quer como língua estrangeira – é a formação dos plurais de palavras compostas. Neste texto, abordaremos a formação dos substantivos compostos por justaposição.
Existem dois processos principais de formação de palavras na língua portuguesa: composição e derivação. A primeira caracteriza-se pela união de duas ou mais palavras para a formação de uma outro com sentido diferente. A segunda, por sua vez, consiste na formação de uma palavra nova a partir de um outro vocábulo. Aqui, no Conversa de Português, já discutimos sobre esses processos de formação de palavras. A justaposição é um dos processos da composição e corresponde às palavras que se unem sem nenhum tipo de alteração fonética; é o caso, por exemplo, de guarda-sol, amor-perfeito, madrepérola, pontapé. Como formar o plural desse tipo de substantivo? Veja as regras que transcrevemos de Bechara (2009):
1. Seguem a norma geral os substantivos compostos que se escrevem sem hífen: aguardentes, lobisomens, claraboias, madrepérolas, pontapés, malmequeres.
2. Varia apenas o segundo elemento nos compostos formados por palavra invariável + palavra variável, verbo + substantivo, grão (grã) + substantivo e os nomes de rezas: vice-diretores, quebra-molas, grã-duquesa, tico-ticos, ave-marias.
3.Varia somente o primeiro elemento nos compostos de substantivos unidos por preposição: águas-de-colônia, pés de moleque (perdeu o hífen na reforma ortográfica), mulas sem cabeça (idem).
4. Ambos os elementos variam nos compostos formados por dois substantivos, substantivo + adjetivo, adjetivo + substantivo e formas verbais repetidas: decretos-leis, guardas-civis, corres-corres.
5. Permanecem INVARIÁVEIS: frases substantivas, verbo + palavra invariável, dois temas verbais de significado oposto: os disse me disse, os bumba meu boi (perdeu o hífen com a reforma ortográfica), os leva e traz (idem).
O que achou de nosso texto? Esclarecemos a sua dúvida sobre o plural dos substantivos compostos?
Leia mais no blog:
Acordo Ortográfico: O que houve, afinal, com o hífen?
Referência:
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
Uma vez eu vi que a palavra porta-copo, somente a segunda palavra ia para o plural. Por que? se as duas são variáveis. Não entendi, você poderia me explicar?
Elizangela, a explicação é muito simples! Em “porta-copo”, não existem duas palavras. O que temos é UMA palavra composta por justaposição em que o primeiro elemento é um verbo e o segundo, substantivo; logo, apenas o segundo é variável. Note que a regra é exatamente a mesma da palavra “beija-flor”, que está citada em nosso texto.
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