“Descer para baixo” causa arrepios, principalmente nos ouvidos mais tradicionais quando o assunto é o uso da língua. A expressão, típica do português não padrão, é um pleonasmo; ou seja, a repetição de um termo ou de uma ideia já sugerida, para fins de clareza ou ênfase.
Há dois tipos de pleonasmo: o de valor expressivo (muito usado como recurso literário ou estilístico e que pode ser considerado uma figura de linguagem) e o de valor negativo (entendido como um erro gramatical). No primeiro caso, observamos exemplos como “Viver a vida” ( título de uma novela de Manoel Carlos); no segundo, entram expressões como “subir para cima”, “entrar para dentro”, “sair para fora”.
Vejamos alguns casos de pleonasmo:
Maria Antonieta teve a cabeça decapitada. Aqui, deveria ter sido usado o verbo decepar, uma vez que decapitar só pode referir-se a cabeça. Deste modo, a frase ficaria “Maria Antonieta foi decapitada” ou “Maria Antonieta teve a cabeça decepada.” O professor Evanildo Bechara, em sua Gramática Escolar da Língua Portuguesa, chama a isto pleonasmo léxico que “resulta do esquecimento do verdadeiro significado de certas expressões”. (Na imagem, Maria Antonieta em traje de corte, de Elisabeth Le-Brun)
Os especialistas previram de antemão. O pleonasmo ocorre pelo uso da expressão “de antemão”.
O médico receitou um antídoto contra o veneno. Assim como nos exemplos acima, ocorre o pleonasmo léxico, uma vez que é impossível haver um antídoto a favor. A expressão mais adequada seria “antídoto para o veneno”, porém a correção ocasionaria uma ambiguidade na frase, fazendo parecer que o veneno recebeu a receita do médico.
Quero saber como que você fez isso. Neste exemplo, observa-se o uso coloquial e desnecessário da conjunção integrante que.
Muito Bom… Estou aprendendo essa matéria em minha escola e achei muito interessante e Importante… ♥
Obrigado pelo conteúdo, agora estou esclarecido sobre o assunto!
Tem razão, Calado! E ainda fica uma combinação poética. Obrigada pela visita.
E no entanto…
pode-se, por exemplo,
descer para cima duma mesa…
Saudações poéticas