Sala de Aula é uma coluna semanal em que publico alguns dos tópicos abordados com alunos do Ensino Médio. A proposta é apresentar um resumo das aulas e, sempre que for possível, apresentar sugestões de atividades. O tema de hoje é Humanismo.
O Humanismo não constitui um movimento literário, porém é um período histórico em que ocorrem importantes mudanças nas artes, nas ciências e na política europeia. Dizemos que esse é um período de transição situado entre a queda do regime feudal e o início do Renascimento. Em Portugal, o Humanismo estende-se de 1418 a 1527. Este é o momento em que a ideologia teocentrista (Deus como centro de todas as coisas) cede lugar ao antropocentrismo (o homem é a medida de todas as coisas).
Durante esse período, houve o enfraquecimento do regime feudal, o surgimento da burguesia, a fundação de companhias mercantis e a expansão marítima. É nesse contexto que Bartolomeu Dias contorna o Cabo da Boa Esperança (1488), a chegada de Colombo à América (1492), a chegada de Vasco da Gama à Índia (1498), o Descobrimento do Brasil (1500) e o início da Reforma Protestante (1517). As artes literárias também foram influenciadas por essa nova mentalidade e, em Portugal, seu principal representante foi o dramaturgo Gil Vicente.
Gil Vicente é considerado o criador do teatro português. É o autor dos mais importantes autos da língua portuguesa: Auto da Barca do Inferno, Auto da Barca do Purgatório e Auto da Barca da Glória. O primeiro auto da trilogia (o mais conhecido deles) tem como enredo a discussão entre um anjo e um diabo que disputam as almas dos pecadores. São eles: um padre e sua amante; um tolo, alguns cavaleiros da Ordem de Cristo, um fidalgo, um usurário, um juiz, uma alcoviteira, um comerciante.
Além dos autos, Gil Vicente fez fama também por sua Farsa de Inês Pereira, uma comédia que denunciava os excessos decorrentes da ambição e do ócio.
Nas Artes Plásticas e Visuais, nesse período, surgiu o talento de Leonardo Da Vinci(1452 –1519), cujo quadro mais famoso é a Mona Lisa.
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