A argumentação é a modalidade discursiva mais pedida nos concursos e já foi tema de diversos textos aqui no Conversa de Português. Já explicamos como estruturar a dissertação argumentativa e já demos dicas de elaboração de parágrafos que atendam a essa modalidade. Hoje, explicaremos o que são os operadores argumentativos, aqueles elementos linguísticos explícitos, cuja finalidade é indicar a argumentatividade dos enunciados.
Podem funcionar como operadores as conjunções, os advérbios e as palavras denotativas (aquelas que não são classificadas em nenhuma das dez categorias gramaticais¹).
Veja para que servem alguns desses operadores:
- Introduzir argumentos que, associados a outros, objetivam uma mesma conclusão: e, nem, também, não só…mas também, não só… mas ainda, além disso. Ex.: O trabalho infantil é um problema não apenas para as crianças, mas também para a economia do país.
- Exprimir a conclusão de uma ideia já exposta: logo, portanto, então, em decorrência, consequentemente. Ex.: O trabalho infantil é proibido por lei; logo, deve ser combatido intensamente.
- Apresentar argumentos que se contrapõem visando a uma conclusão contrária: mas, porém, todavia, embora, ainda que, mesmo que, apesar de. Ex.: Maioria dos consultados pelo Ipea acredita que comportamento feminino pode induzir ao estupro, mas o resultado da pesquisa causou revolta entre homens e mulheres.
Devemos notar que os operadores aqui apresentados são representados por conjunções adversativas e concessivas. As primeiras são aquelas que introduzem um argumento contrário ao enunciado anterior (mas, porém, todavia, contudo), enquanto as outras (embora, se bem que, ainda que) antecedem o argumento que será invalidado.
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Como fazer uma boa argumentação?
Modalidades discursivas e gêneros textuais
¹ De acordo com a Nomenclatura Gramatical Brasileira, as dez categorias gramaticais são: substantivos, adjetivos, pronomes, verbos, advérbios, conjunções, interjeições, preposições, numerais e artigos.