Ontem publiquei aqui o texto de meu aluno Matheus Candido, aluno do primeiro período do Ensino Médio, e cuja pesquisa foi sobre o Timor Leste. Foi o início de uma série de textos escritos por meus alunos como parte de seu trabalho sobre os países lusófonos. O texto de hoje é do grupo formado por Carolina Sobreira, Luane Faustino , Mylena Alexandre e Tayene Andrade.
História e política: Portugueses, comandados por Diogo Cão, chegaram ao Zaire em 1484. É a partir daí que começará a conquista portuguesa de boa parte da região da África, incluindo Angola. Estabeleceram uma aliança com o rei do Congo, que na época dominava toda a área. Com o tempo, Angola foi colonizada e houve assim o fim do tráfico de escravos. Foi dividida através de acordos entre países como Inglaterra, a Alemanha e a França, que ocuparam o interior do país (Portugal ocupava somente a parte costeira), de acordo com suas habilidades de negociação e de poder na época. Com o tempo, Angola teve um desenvolvimento econômico, que ocorreu quando foram incrementadas a produção de café, sisal, cana de açúcar e milho, exportando todos.
Nos anos 60, surgiram três principais grupos nacionalistas que lutavam contra o colonialismo: FNLA (frente nacional de libertação de Angola), MPLA (movimento popular de libertação de Angola) e UNITA (união nacional para a independência total de Angola). Em nome da independência do país, uma guerra foi travada entre os grupos nacionalistas e o governo de Portugal entre os anos de 1960 e 1974, gerando muitas mortes e destruindo muitas construções, como escolas. Finalmente, a independência é conquistada em 1975, mas isso não significou o fim de batalhas. Uma vez conquistada, a independência foi disputada fervorosamente entre os três grupos citados, o que gerou uma guerra civil.
O partido vencedor foi o MPLA (sendo apoiado pela União Soviética e por Cuba) que, antes mesmo de ter todo o controle do país, já o possuía em Luanda e em mais algumas regiões da costa. A África do Sul apoiava a UNITA e chegou até a invadir Angola no ano da conquista da independência, com o apoio dos Estados Unidos (que durou até 1993 apenas, pois tinha como objetivo dividir novamente o país), que antes apoiavam FNLA. O Brasil estabeleceu relações diplomáticas com a nova República, e foi o único bloco ocidental a fazer isso, o fez antes dos comunistas. Com essa mudança política, muitos portugueses saíram de Angola e isso agravou sua situação econômica. Em 1977, ocorreu um golpe de estado desencadeado pelo MPLA, fazendo com que UNITA e FNLA se juntassem contra o movimento. Com a queda da URSS, os três grupos revolucionários fizeram um acordo de paz. A guerra só voltou quando, nas eleições de 1992, UNITA não reconheceu a vitória do MPLA. Em 1994, com a celebração do Protocolo de Lusaka (cujo objetivo era manter a paz e assegurar o resultado das eleições), parecia que a paz seria finalmente alcançada. Porém, em 1998, Angola entrou em guerra por causa de novas complicações entre os partidos e só cessou em 2002, com a morte do líder da UNITA. Assim, esse movimento fez acordos com o governo angolano e hoje tem cunho unicamente político, não mais sendo um partido armado. As muitas guerras em Angola causaram grandes danos a várias instituições, tanto políticas como sociais, o que reflete nas atuais condições de vida no país, sendo precárias. Em 2006, novas eleições foram realizadas para eleger um novo presidente e uma Assembléia Nacional, visando melhoras no país.
Geografia: Angola localiza-se na costa ocidental da África e sua capital chama-se Luanda. Possui vários pontos turísticos e é dividido em dezoito províncias. Tem seu território delimitado pela República Democrática do Congo a norte e leste, pela Zâmbia a leste, pela Namíbia pelo sul e pelo Oceano Atlântico. A república de Angola pertence à África subsaariana, com uma superfície total de aproximadamente 1.250.000 quilômetros quadrados e uma costa marítima com cerca de 1.650 quilômetros. Possui certas partes áridas (de Namíbia a Luanda), um planalto interior úmido, uma floresta tropical ao norte e savanas no interior sul e sudeste. Possui vários afluentes do rio Congo e a nascente do rio Zambeze.
Economia: Em 2005 a economia de Angola cresceu 14% e em 2006 cresceu 25% em relação a anos anteriores, segundo dados do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, o que indica que é uma das economias que mais cresce rapidamente no mundo. Este crescimento baseia-se na indústria petrolífera, tendo um volume de produção de 1,2 milhão de barris por dia. Também há destaque na indústria diamantífera, tendo em sua capital uma indústria de lapidação de diamantes, que chega a gerar cerca de 240 milhões de dólares anualmente. Mas, em sua maior parte, concentra-se no setor primário, produzindo café, milho, tabaco, amendoim, coco e borracha. Na pecuária, as principais criações são bovinas, caprinas e suínas.
Cultura: A arte em Angola, que não é somente estética, faz parte de rituais culturais, representando a vida e a morte ou passagens, como da infância para a vida adulta, através de máscaras e esculturas de madeira, marfim e bronze. Também existem grupos com suas próprias seitas, que não revelam suas identidades, sendo totalmente cobertos com folhas e uma máscara feita por eles próprios e sempre estão presentes em festas históricas e no folclore. Além disso, os grupos não gostam de revelar seus rituais que tem apelo ao sobrenatural, e é por isso que são feitos em total sigilo. A dança angolana também possui seu significado intimamente ligado com a vida, sendo utilizada como um veículo de comunicação religiosa e curativa. A língua oficial é o português, sendo também a mais falada, seguida pelo umbundo, possuindo também muitos dialetos.
Sobre o Acordo Ortográfico: Não houve resistência em Angola. O Acordo foi deixado um pouco de lado nesses últimos anos, então o país aproveitou para tomar sua decisão agora que o assunto voltou a ser discutido. Muitos intelectuais afirmaram que o Acordo seria um avanço para Angola (e que o governo deveria criar uma legislação que torne as importações mais fáceis), já que o país carece de produtos culturais, principalmente livros, e o Acordo tornaria mais fácil o ingresso deles. Seria um avanço na educação nesses anos que estão a vir.
Referências eletrônicas:
ANGOLA. Disponível em http://www.brasilescola.com/geografia/angola.htm. Acessado em 10/05/2009.
ANGOLA: ECONOMIA. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Angola. Acessado em 10/05/2009.
ANGOLA – OBRAS PÚBLICAS. Disponível em http://www.angola.gov.ao/. Acessado em 10/05/2009.
ANGOLA – SOCIEDADE PASSA AO LADO, GOVERNO NÃO DEFINIU DATA PARA A RATIFICAÇÃO. Disponível em http://tv1.rtp.pt/noticias/?article=165201&visual=3&layout=10. Acessado em 10/05/2009.
CULTURA DE ANGOLA. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_de_Angola. Acessado em 10/05/2009.
HISTÓRIA DE ANGOLA. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_de_Angola. Acessado em 10/05/2009.
INFORMAÇÕES SOBRE A ANGOLA, COSTUME, TRADIÇÕES E DOENÇAS TÍPICAS POR REGIÃO. Disponível em http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070929033339AAFYYc2. Acessado em 10/05/2009.
PORTAL DE ANGOLA. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Portal:Angola. Acessado em 17/05/2009.
SAIBA MAIS SOBRE ANGOLA, QUE VAI ÀS URNAS NESTA SEXTA-FEIRA. Disponível em http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL747793-5602,00-SAIBA+MAIS+SOBRE+ANGOLA+QUE+VAI+AS+URNAS+NESTA+SEXTAFEIRA.html. Acessado em 08/05/2009.
Oi, Andréa!
Na hora que escrevi outro dia o comentário para o Mateus, tive um probleminha no computador. Talvez por isso não tenha sido enviado e não esteja aí.
Quero deixar aqui meus parabéns a você pelo trabalho e iniciativa e parabéns a todos os seus alunos que estão assumindo essa pesquisa com tanta responsabilidade e dedicação.
Muito bom o trabalho de todos!
Um beijinho!
Adorei o texto grupo! Parabéns a vocês e a professora Andréa pela proposta de trabalho. Gostei de saber um pouco mais sobre Angola, tive um namorado angolano certa vez… O texto está muito bom, vou indicar para meus alunos.
Abraços
Jaqueline
Maiko, eu fui olhar seus sites. São excelentes!
Franz, eu já enviei a resposta para você.
Oi, André. Primeiramente, meus sinceros parabens pelo excelente blog. Bom visual, ótimo conteúdo, e tudo bem dosado.
Segundamente, agradeço sua visita e comentário. Ah! apreciei seu template e gostaria de saber onde conseguiu. Forte abraço dessa Belém de enamorados.
Olá profª Andrea,
Há algum tempo frequento o seu blog, pois considero o conteúdo muito útil e completo. Sou professor de História em São José dos Campos-SP e venho há tempos lutando pela inclusão digital na comunidade carente em que atuo. Aprecio muito a qualidade de suas idéias. Outro dia, entrei e tomei conhecimento do tutorial para programa de palavras-cruzadas, compartilhei com meus colegas e recomendei o seu blog. Agradeço por tudo. Se quiser, visite também meu espaço na web. Abraços!
Maiko
http://www.antigasconclusoes.blogspot.com
http://www.professormaiko.webnode.com
http://www.silvanamarianews.blogspot.com
Bea e Conceição, muito obrigada pela visita e pelo apoio às meninas!
Oi meninas
Tive colegas de faculdade que eram de Angola e que vieram para o Brasil no período de guerra civil estabelecida após a independência – mas isto eu soube aqui ao ler o texto de vocês. Na época não conversávamos sobre o que eles haviam deixado lá, e sim sobre os sonhos que nós tínhamos.
Gostei de saber um pouco mais sobre este país irmão em tantas coisas, inclusive na língua do colonizador.
Não sei se vocês constataram em sua pesquisa, mas o primeiro presidente angolano,Agostinho Neto, também era poeta e escrevia das coisas da "alma" angolana, em língua portuguesa. Gosto muito de uma poesia sua "Adeus á hora da largada" que se lê no seguinte endereço: http://www.sitedeliteratura.com/Poesias/A_neto1.htm . Acho que vale a pena ver, e saber um pouco mais daquilo que pensam e sentem "os outros" que também falam português.
Assim nossas pesquisas tomam outra dimensão.
Parabéns pela apresentação, está muito legal!
em primeiro lugar meus parabéns para Carolina Sobreira, Luane Faustino , Mylena Alexandre e Tayene Andrade que fizeram excelente pesquisa e a transformaram num texto claro e leve.
não poderia deixar de elogiar andréa cujo talento e dedicação ao magistério faz o mundo melhor. O papel de um professor é subestimado no mundo hoje, mas já foi muito mais valorizado. amo até hoje meus mestres.
aqui onde moro, uma cidade pequena no sertão quase mar, na costa do descobrimento do brasil, ainda o professor é valorizado. Penso que nas cidades menores isso acontece. Nos grandes centros menos.
Parabéns a todos e um grande abraço com toda minha admiração.