A palavra “que” pode ter diversas funções morfológicas e sintáticas. A morfologia estuda os usos do “quê” como substantivo, pronome, advérbio, conjunção, preposição e interjeição. A sintaxe o estudará como sujeito, complemento verbal, predicativo do sujeito, adjunto adverbial, complemento nominal e agente da passiva. Você sabe usar bem essa palavrinha tão versátil? Hoje veremos alguns dos usos.
Observemos o “quê” morfologicamente:
1. Substantivo. Significa “algo”, “qualquer coisa”. É modificado por artigo, pronome adjetivo ou numeral e aparece sempre acentuado. É o único caso em que sofre flexão de número. Ex.: Aquele jovem tem um quê de boa pessoa.
2. Interjeição. É sempre acentuado e, como toda interjeição, é exclamativo. Ex.: Quê! Você ainda não fez os deveres de casa?
3. Preposição. Equivale a “de” ou “para” e está presente nas locuções verbais com os verbos auxiliares “ter” e “haver”. Ex.: Tenho que terminar meus deveres de casa. (Note que a regência tradicional do verbo “ter” pede a preposição “de”.)
4. Advérbio. É utilizado como um advérbio de intensidade para reforçar um adjetivo ou -nos casos mais raros – outro advérbio. Ex.: Que bons tempos aqueles da infância! Que longe ficava a casa onde passávamos as férias!
5. Partícula expletiva. As partículas de realce não pertencem a nenhuma classe gramatical e tampouco têm uma função sintática. Podem ser eliminadas da frase sem prejuízo de sentido. Ex.: “Que que você quer?”
Consulte também:
BECHARA, E. Gramática escolar da língua portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.
CUNHA, C; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 5. ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008.