Sumário do Quiz
0 de 18 questões completadas
Perguntas:
- 1
- 2
- 3
- 4
- 5
- 6
- 7
- 8
- 9
- 10
- 11
- 12
- 13
- 14
- 15
- 16
- 17
- 18
Information
Resolva o nosso teste sobre Modernismo brasileiro. Você pode ler sobre o assunto neste link!
Clique em Iniciar questionário e boa sorte!
Você já fez este questionário anteriormente. Portanto, não pode fazê-lo novamente.
Quiz is loading...
You must sign in or sign up to start the quiz.
Para iniciar este questionário, você precisa terminar, antes, este questionário:
Resultados
0 de 18 perguntas respondidas corretamente
Seu tempo:
Acabou o tempo
Você conseguiu 0 de 0 pontos possíveis (0)
Pontuação média |
|
Sua pontuação |
|
Categorias
- Sem categoria 0%
-
Gostou do nosso simulado? Gostaria de fazer outros ou sugerir algum tema? Acesse a página Simulados.
Sentiu dificuldade para resolver alguma das questões? Acesse a página de contato e envie sua pergunta.
- 1
- 2
- 3
- 4
- 5
- 6
- 7
- 8
- 9
- 10
- 11
- 12
- 13
- 14
- 15
- 16
- 17
- 18
- Respondido
- Revisão
-
Pergunta 1 de 18
1. Pergunta
10 pontos(ENEM- 1998)
PRA MIM BRINCAR
Não há nada mais gostoso do que o mim sujeito de verbo no infinito. Pra mim brincar. As cariocas que não sabem gramática falam assim. Todos os brasileiros deviam de querer falar como as cariocas que não sabem gramática.
As palavras mais feias da língua portuguesa são quiçá, alhures e miúde.
(BANDEIRA, Manuel. Seleta em prosa e verso. Org: Emanuel de Moraes.4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986. P. 19)
Com a orientação da professora e após o debate sobre o texto de Manuel Bandeira, os alunos chegaram à seguinte conclusão:
Correto
Assim como no Romantismo, o nacionalismo era um tema importante para a primeira geração. O que os diferenciava era o fato de os poetas modernistas exploravam ideia de que a identidade nacional era legitimada pela riqueza de nossa variação linguística.
Incorreto
Assim como no Romantismo, o nacionalismo era um tema importante para a primeira geração. O que os diferenciava era o fato de os poetas modernistas exploravam ideia de que a identidade nacional era legitimada pela riqueza de nossa variação linguística.
-
Pergunta 2 de 18
2. Pergunta
10 pontosTexto 1 – Auto-retrato
Provinciano que nunca soube
Escolher bem uma gravata;
Pernambucano a quem repugna
A faca do pernambucano;
Poeta ruim que na arte da prosa
Envelheceu na infância da arte,
E até mesmo escrevendo crônicas
Ficou cronista de província;
Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profissão
Um tísico* profissional.
(Manuel Bandeira. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1983. p. 395.)
Texto 2 – Poema de sete faces
Quando eu nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
(….)
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo
mais vasto é o meu coração.
(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 53.)
(*) tísico=tuberculoso
Podemos dizer que os textos têm um ponto comum por
Correto
O aspecto pessimista dos textos pode ser observado pela escolha do vocabulário e das referências feitas pelos autores. Bandeira marca a negatividade do eu lírico por meio da adjetivação (“poeta ruim”, “provinciano que nunca soube escolher bem a gravata”, “arquiteto falhado”). Drummond faz referência ao texto bíblico “Meu Deus por que me abandonaste”, por meio do qual expressa o abandono do eu lírico. O pessimismo no segundo texto também pode ser observado pelo uso do vocábulo francês “gauche” (esquerdo, errado).
Incorreto
O aspecto pessimista dos textos pode ser observado pela escolha do vocabulário e das referências feitas pelos autores. Bandeira marca a negatividade do eu lírico por meio da adjetivação (“poeta ruim”, “provinciano que nunca soube escolher bem a gravata”, “arquiteto falhado”). Drummond faz referência ao texto bíblico “Meu Deus por que me abandonaste”, por meio do qual expressa o abandono do eu lírico. O pessimismo no segundo texto também pode ser observado pelo uso do vocábulo francês “gauche” (esquerdo, errado).
-
Pergunta 3 de 18
3. Pergunta
10 pontosLeia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos:
“Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta, contato denso; falo somente do que falo: a vida seca, áspera e clara do sertão; falo somente por quem falo: o homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e a míngua. Falo somente para quem falo: para os que precisam ser alertados para a situação da miséria no Nordeste.”
Correto
A produção de João Cabral de Melo Neto está inserida na chamada terceira geração modernista. A exemplo do que já acontecera na geração anterior, usavam o texto literário para denunciar as injustiças sociais
Incorreto
A produção de João Cabral de Melo Neto está inserida na chamada terceira geração modernista. A exemplo do que já acontecera na geração anterior, usavam o texto literário para denunciar as injustiças sociais
-
Pergunta 4 de 18
4. Pergunta
10 pontos“Poética”, de Manuel Bandeira, é quase um manifesto do movimento modernista brasileiro de 1922. No poema, o autor elabora críticas e propostas que representam o pensamento estético predominante na época.
Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e
manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas
[…]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
(BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1974)
Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o poeta:
Correto
Uma das propostas do Modernismo era a experimentação estética. As expressões “lirismo comedido” e “lirismo funcionário público” remetem à quebra de paradigmas na elaboração do texto poético. O poeta modernista, influenciado pelos estéticas de vanguarda que inspiraram o movimento brasileiro, insinua que o conteúdo é mais importante do que a forma.
Incorreto
Uma das propostas do Modernismo era a experimentação estética. As expressões “lirismo comedido” e “lirismo funcionário público” remetem à quebra de paradigmas na elaboração do texto poético. O poeta modernista, influenciado pelos estéticas de vanguarda que inspiraram o movimento brasileiro, insinua que o conteúdo é mais importante do que a forma.
-
Pergunta 5 de 18
5. Pergunta
10 pontos(ENEM-2001) Murilo Mendes, em um de seus poemas, dialoga com a carta de Pero Vaz de Caminha:
A terra é mui graciosa,
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chão espeta um caniço,
No dia seguinte nasce
Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muito,
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco até demais
Diamantes tem à vontade
Esmeralda é para os trouxas.
Reforçai, Senhor, a arca,
Cruzados não faltarão,
Vossa perna encanareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora daqui.
(MENDES, Murilo. Murilo Mendes — poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.)
Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nesse poema, criando um efeito de contraste, como ocorre em:
Correto
Arcaísmo é o nome que se dá ao uso de palavras ou expressões antigas. Em “A terra é mui graciosa / Tem macaco até demais”, podemos a forma arcaica “mui” e o uso coloquial do verbo ter em lugar de haver.
Incorreto
Arcaísmo é o nome que se dá ao uso de palavras ou expressões antigas. Em “A terra é mui graciosa / Tem macaco até demais”, podemos a forma arcaica “mui” e o uso coloquial do verbo ter em lugar de haver.
-
Pergunta 6 de 18
6. Pergunta
10 pontos(ENEM -2003)
Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura identidade peculiar, são iguais enquanto frente de trabalho. Num dos cantos, as chaminés das fábricas se alçam verticalmente. No mais, em todo quadro, rostos colados, um ao lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar infinitamente, como mercadoria que se acumula pelo quadro afora.
(Nadia Gotlib. Tarsila do Amaral, a modernista)
O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos transcritos em:
Correto
O Modernismo, em suas diversas expressões artísticas, explorou as questões sociais como as relações de trabalho e a migração do povo nordestino. O quadro de Tarsila do Amaral representa a massa de trabalhadores de São Paulo, enquanto o poema de João Cabral mostra o esforço do trabalhador rural do sertão pernambucano.
Incorreto
O Modernismo, em suas diversas expressões artísticas, explorou as questões sociais como as relações de trabalho e a migração do povo nordestino. O quadro de Tarsila do Amaral representa a massa de trabalhadores de São Paulo, enquanto o poema de João Cabral mostra o esforço do trabalhador rural do sertão pernambucano.
-
Pergunta 7 de 18
7. Pergunta
10 pontos(ENEM 2011)
TEXTO I
O meu nome é Severino,
não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias
mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias ?
(NETO, J.C. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994 [fragmento])
Texto II
João Cabral, que já emprestara sua voz ao rio, transfere-a, aqui, ao retirante Severino, que, como o Capibaribe, também segue no caminho do Recife. A autoapresentação do personagem, na fala inicial do texto, nos mostra um Severino que, quanto mais se define, menos se individualiza, pois seus traços biográficos são partilhados por outros homens.
(SECCHIN, A. C. João Cabral: a poesia do menos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999)
Com base no trecho de Morte e vida Severina (texto I) e na análise crítica (texto II) observa-se que a relação entre o texto poético e o contexto social a que ele faz referência aponta para um problema social expresso literariamente pela pergunta: “Como então dizer quem fala / ora a Vossas Senhorias?”. A resposta à pergunta expressa no poema é dada por meio da
Correto
O personagem principal representa diversos nordestinos que passaram por situação semelhante à sua. Falta-lhe um sobrenome que o individualize (“Meu nome é Severino, /não tenho outro de pia”). A expressão “de pia” remete à ideia de batismo ou de registro civil e o Severino não tem nada que o destaque na multidão de “muitos Severinos”: “Como então dizer quem fala/ ora a Vossas Senhorias?”
Incorreto
O personagem principal representa diversos nordestinos que passaram por situação semelhante à sua. Falta-lhe um sobrenome que o individualize (“Meu nome é Severino, /não tenho outro de pia”). A expressão “de pia” remete à ideia de batismo ou de registro civil e o Severino não tem nada que o destaque na multidão de “muitos Severinos”: “Como então dizer quem fala/ ora a Vossas Senhorias?”
-
Pergunta 8 de 18
8. Pergunta
10 pontos(ENEM-2011)
Estrada
Interessa mais que uma avenida urbana.
Nas cidades todas as pessoas se parecem.
Todo mundo é igual. Todo mundo é toda a gente.
Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua alma.
Cada criatura é única.
Até os cães.
Estes cães da roça parecem homens de negócios:
Andam sempre preocupados.
E quanta gente vem e vai!
E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar:
Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um
bodezinho manhoso.
Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz
dos símbolos,
que a vida passa! Que a vida passa!
E que a mocidade vai acabar!
(BANDEIRA, M. Ritmo absoluto. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967)
A lírica de Manuel Bandeira é pautada na apreensão de significados profundos a partir de elementos do cotidiano. No poema Estrada, o lirismo presente no contraste entre campo e cidade aponta para
Correto
A poesia de Carlos Drummond de Andrade reflete a inquietação do homem moderno a respeito de seu futuro.
Incorreto
A poesia de Carlos Drummond de Andrade reflete a inquietação do homem moderno a respeito de seu futuro.
-
Pergunta 9 de 18
9. Pergunta
10 pontos(ENEM 2007)
Texto 1
Agora Fabiano conseguia arranjar as ideias. O que o segurava era a família. Vivia preso como um novilho amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé não. (…) Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastá-los? Sinha Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem, guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado amarelo.
(Graciliano Ramos. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 23. ed., 1969, p. 75.)
Texto 2
Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro, enigmático, impermeável. Não há solução fácil para uma tentativa de incorporação dessa figura no campo da ficção. É lidando com o impasse, ao invés de fáceis soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas, elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca, uma constituição de narrador em que narrador e criaturas se tocam, mas não se identificam. Em grande medida, o debate acontece porque, para a intelectualidade brasileira naquele momento, o pobre, a despeito de aparecer idealizado em certos aspectos, ainda é visto como um ser humano de segunda categoria, simples demais, incapaz de ter pensamentos demasiadamente complexos. O que Vidas Secas faz é, com pretenso não envolvimento da voz que controla a narrativa, dar conta de uma riqueza humana de que essas pessoas seriam plenamente capazes.
(Luís Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa. São Paulo: USP, n.° 2, 2001, p. 254.)
A partir do trecho de Vidas Secas (texto I) e das informações do texto II, relativas às concepções artísticas do romance social de 1930, avalie as seguintes afirmativas.
I. O pobre, antes tratado de forma exótica e folclórica pelo regionalismo pitoresco, transforma-se em protagonista privilegiado do romance social de 30.
II. A incorporação do pobre e de outros marginalizados indica a tendência da ficção brasileira da década de 30 de tentar superar a grande distância entre o intelectual e as camadas populares.
III. Graciliano Ramos e os demais autores da década de 30 conseguiram, com suas obras, modificar a posição social do sertanejo na realidade nacional.É correto apenas o que se afirma em:
Correto
Incorreto
-
Pergunta 10 de 18
10. Pergunta
10 pontos(ENEM 2006)
Namorados
O rapaz chegou-se para junto da moca e disse:
— Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com a sua cara.
A moca olhou de lado e esperou.
— Você não sabe quando a gente e criança e de repente vê uma lagarta listrada?
A moca se lembrava:
— A gente fica olhando…
A meninice brincou de novo nos olhos dela.
O rapaz prosseguiu com muita doçura:
— Antônia, você parece uma lagarta listrada.
A moca arregalou os olhos, fez exclamações.
O rapaz concluiu:
— Antônia, você é engraçada! Você parece louca.
(Manuel Bandeira. Poesia completa & prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985.)
No poema de Bandeira, importante representante da poesia modernista, destaca-se como característica da escola literária dessa época
Correto
Uma das principais características do Modernismo é a incorporação de termos cotidianos aos textos literários.
Incorreto
Uma das principais características do Modernismo é a incorporação de termos cotidianos aos textos literários.
-
Pergunta 11 de 18
11. Pergunta
10 pontos(ENEM 1999)
Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos:
I. Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964)
II. Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim.
(BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989)
III. Quando nasci um anjo esbelto
Desses que tocam trombeta, anunciou:
Vai carregar bandeira.
Carga muito pesada pra mulher
Esta espécie ainda envergonhada.
(PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)
Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de Andrade, por
Correto
Nesta questão, a banca exige do leitor conhecimento além do movimento artístico. É preciso que o candidato perceba que a ideia do anjo, presente na obra de Drummond, é reiterada nos outros poemas.
Incorreto
Nesta questão, a banca exige do leitor conhecimento além do movimento artístico. É preciso que o candidato perceba que a ideia do anjo, presente na obra de Drummond, é reiterada nos outros poemas.
-
Pergunta 12 de 18
12. Pergunta
10 pontos(ENEM 1999)
E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! Minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.
(BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 20.ed.)
O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu assim sobre a obra de Rubem Braga:
O que ele nos conta é o seu dia, o seu expediente de homem, apanhado no essencial, narrativa direta e econômica. (…) É o poeta do real, do palpável, que se vai diluindo em cisma. Dá o sentimento da realidade e o remédio para ela.
Em seu texto, Rubem Braga afirma que “este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos”. Afirmação semelhante pode ser encontrada no texto de Carlos Drummond de Andrade, quando, ao analisar a obra de Braga, diz que ela é
Correto
Devemos observar que a pista para o comentário de Drummond acerca da obra de Rubem Braga está presente já no texto do cronista:
“Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.”
Incorreto
Devemos observar que a pista para o comentário de Drummond acerca da obra de Rubem Braga está presente já no texto do cronista:
“Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.”
-
Pergunta 13 de 18
13. Pergunta
10 pontos(ENEM 2002)
Miguilim
De repente lá vinha um homem a cavalo. Eram dois. Um senhor de fora, o claro de roupa. Miguilim saudou, pedindo a bênção. O homem trouxe o cavalo cá bem junto. Ele era de óculos, corado, alto, com um chapéu diferente, mesmo.
– Deus te abençoe, pequenino. Como é teu nome?
– Miguilim. Eu sou irmão do Dito.
– E o seu irmão Dito é o dono daqui?
-Não, meu senhor. O Ditinho está em glória.
O homem esbarrava o avanço do cavalo, que era zelado, manteúdo, formoso como nenhum outro. Redizia:
-Ah, não sabia, não. Deus o tenha em sua guarda… Mas que é que há, Miguilim?
Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, por isso é que o encarava.
– Por que você aperta os olhos assim? Você não é limpo de vista? Vamos até lá. Quem é que está em tua casa?
– É Mãe, e os meninos…
Estava Mãe, estava tio Terez, estavam todos. O senhor alto e claro se apeou. O outro, que vinha com ele, era um camarada.
O senhor perguntava à Mãe muitas coisas do Miguilim. Depois perguntava a ele mesmo: .. .Miguilim, espia daí: quantos dedos da minha mão você está enxergando? E agora?.
(ROSA, João Guimarães. Manuelzão e Miguilim. 9. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.)
Esta história, com narrador observador em terceira pessoa, apresenta os acontecimentos da perspectiva de Miguilim. O fato de o ponto de vista do narrador ter Miguilim como referência, inclusive espacial, fica explicitado em:
Correto
O candidato deve estar atento às informações fornecidas pelo enunciado da questão: ele explicita o foco narrativo (narrador observador em terceira pessoa) e afirma que o narrador tem com referência o personagem Miguilim. A relação espacial a que se refere a banca foi expressa pelo advérbio “cá”, reforçado pela expressão “bem junto”.
Incorreto
O candidato deve estar atento às informações fornecidas pelo enunciado da questão: ele explicita o foco narrativo (narrador observador em terceira pessoa) e afirma que o narrador tem com referência o personagem Miguilim. A relação espacial a que se refere a banca foi expressa pelo advérbio “cá”, reforçado pela expressão “bem junto”.
-
Pergunta 14 de 18
14. Pergunta
10 pontos(ENEM 2008)
A velha Totonha de quando em vez batia no engenho. E era um acontecimento para a meninada. (…) andava léguas e léguas a pé, de engenho a engenho, como uma edição viva das histórias de Mil e Uma Noites (…) era uma grande artista para dramatizar. Tinha uma memória de prodígio. Recitava contos inteiros em versos, intercalando pedaços de prosa, como notas explicativas. (…) Havia sempre rei e rainha, nos seus contos, e forca e adivinhações. O que fazia a velha Totonha mais curiosa era a cor local que ela punha nos seus descritivos. (…) Os rios e as florestas por onde andavam os seus personagens se pareciam muito com o Paraíba e a Mata do Rolo. O seu Barba-Azul era um senhor de engenho de Pernambuco.
(José Lins do Rego. Menino de engenho)
A cor local que a personagem velha Totonha colocava em suas histórias é ilustrada, pelo autor, na seguinte passagem:
Correto
Os chamados romances de 30 retomam a ideia de “cor local” herdada do Romantismo e que fora explorada também durante o Pré-Modernismo. No texto de J. L. do Rego, observamos a velha Totonha que adapta um texto estrangeiro (“O Barba Azul”) ao gosto brasileiro.
Incorreto
Os chamados romances de 30 retomam a ideia de “cor local” herdada do Romantismo e que fora explorada também durante o Pré-Modernismo. No texto de J. L. do Rego, observamos a velha Totonha que adapta um texto estrangeiro (“O Barba Azul”) ao gosto brasileiro.
-
Pergunta 15 de 18
15. Pergunta
10 pontos(ENEM 2012)
Verbo ser
QUE VAI SER quando crescer? Vivem perguntando em redor. Que e ser? E ter um corpo, um jeito, um nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a gente so principia a ser quando cresce? E terrível, ser? Dói? E bom? E triste? Ser: pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas? Repito: ser, ser, ser. Er. R. Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso escolher? Não dá para entender. Não vou ser. Não quero ser. Vou crescer assim mesmo. Sem ser. Esquecer.
(ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.)
A inquietação existencial do autor com a autoimagem corporal e a sua corporeidade se desdobra em questões existenciais que tem origem
Correto
A questão não exige conhecimento sobre o movimento modernista, visto que tem exige mais interpretação de texto. As inquietações são expressas por meio das indagações, que representam um conflito entre o “ser” e o “parecer”.
Incorreto
A questão não exige conhecimento sobre o movimento modernista, visto que tem exige mais interpretação de texto. As inquietações são expressas por meio das indagações, que representam um conflito entre o “ser” e o “parecer”.
-
Pergunta 16 de 18
16. Pergunta
10 pontosNo poema Procura da poesia, Carlos Drummond de Andrade expressa a concepção estética de se fazer com palavras o que o escultor Michelangelo fazia com mármore. O fragmento abaixo exemplifica essa afirmação.
(…)
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
(…)
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
trouxeste a chave?
(ANDRADE, C.D. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 13-14.)
Esse fragmento poético ilustra o seguinte tema constante entre autores modernistas:
Correto
Embora o Modernismo tenha se apresentado como um movimento contrário aos anteriores, neste trecho de A procura da poesia, podemos observar uma herança do Parnasianismo: o fazer estético é resultado da técnica utilizada pelo poeta na construção do poema.
Incorreto
Embora o Modernismo tenha se apresentado como um movimento contrário aos anteriores, neste trecho de A procura da poesia, podemos observar uma herança do Parnasianismo: o fazer estético é resultado da técnica utilizada pelo poeta na construção do poema.
-
Pergunta 17 de 18
17. Pergunta
10 pontos(ENEM 2011)
Estrada
Interessa mais que uma avenida urbana.
Nas cidades todas as pessoas se parecem.
Todo mundo é igual. Todo mundo é toda a gente.
Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua alma.
Cada criatura é única.
Até os cães.
Estes cães da roça parecem homens de negócios:
Andam sempre preocupados.
E quanta gente vem e vai!
E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar:
Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um
bodezinho manhoso.
Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz
dos símbolos,
que a vida passa! Que a vida passa!
E que a mocidade vai acabar!
(BANDEIRA, M. Ritmo absoluto. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967)
A lírica de Manuel Bandeira é pautada na apreensão de significados profundos a partir de elementos do cotidiano. No poema Estrada, o lirismo presente no contraste entre campo e cidade aponta para
Correto
Uma das características do Modernismo é a descrição de fatos cotidianos. No poema Estrada, de Manuel Bandeira, o eu lírico aborda a efemeridade da vida por meio da observação de um cortejo fúnebre e da reiteração da ideia presente nos do verso “A vida passa! / A mocidade vai acabar!”
Incorreto
Uma das características do Modernismo é a descrição de fatos cotidianos. No poema Estrada, de Manuel Bandeira, o eu lírico aborda a efemeridade da vida por meio da observação de um cortejo fúnebre e da reiteração da ideia presente nos do verso “A vida passa! / A mocidade vai acabar!”
-
Pergunta 18 de 18
18. Pergunta
10 pontos(ENEM 2016)
Antiode
Poesia, não será esse
o sentido em que
ainda te escrevo:
flor! (Te escrevo:
flor! Não uma
flor, nem aquela
flor-virtude — em
disfarçados urinóis).Flor é a palavra
flor; verso inscrito
no verso, como as
manhãs no tempo.Flor é o salto
da ave para o voo:
o salto fora do sono
quando teu tecido
se rompe; é uma explosão
posta a funcionar,
como uma máquina,
uma jarra de flores.(MELO NETO, J.C. Psicologia da composição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997)
A poesia é marcada pela recriação do objeto por meio da linguagem, sem necessariamente explicá-lo. Nesse fragmento de João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 1945, o sujeito lírico propõe a recriação poética de
Correto
João Cabral de Melo Neto é um dos principais escritores da Terceira Geração Modernista (ou Geração de 45). Um dos recursos linguísticos presentes na obra de João Cabral é a metalinguagem, função linguística por meio da qual explica-se a própria linguagem. É metalinguístico, por exemplo, um texto literário em que se demonstre o processo de criação do autor; é o que acontece no poema escolhido pela banca do Exame: “Poesia, não será esse / o sentido em que / ainda te escrevo”.
Em uma leitura atenta, observamos que o interlocutor do texto é a poesia, com quem o escritor — em seu processo criativo — conversa. Para conseguir esse efeito, utilizou-se de uma apóstrofe: figura de pensamento caracterizada pela referência direta ao interlocutor.
O poema de João Cabral brinca com uma das características do texto literário: a liberdade de criação. Assim, o autor propõe a ressignificação da palavra flor. Embora no trecho “flor é a palavra flor”, ele tenha avisado que usaria apenas o sentido denotativo, o que o leitor percebe ao longo do texto é exatamente o oposto: “flor é o salto / da ave para o voo”.
Incorreto
João Cabral de Melo Neto é um dos principais escritores da Terceira Geração Modernista (ou Geração de 45). Um dos recursos linguísticos presentes na obra de João Cabral é a metalinguagem, função linguística por meio da qual explica-se a própria linguagem. É metalinguístico, por exemplo, um texto literário em que se demonstre o processo de criação do autor; é o que acontece no poema escolhido pela banca do Exame: “Poesia, não será esse / o sentido em que / ainda te escrevo”.
Em uma leitura atenta, observamos que o interlocutor do texto é a poesia, com quem o escritor — em seu processo criativo — conversa. Para conseguir esse efeito, utilizou-se de uma apóstrofe: figura de pensamento caracterizada pela referência direta ao interlocutor.
O poema de João Cabral brinca com uma das características do texto literário: a liberdade de criação. Assim, o autor propõe a ressignificação da palavra flor. Embora no trecho “flor é a palavra flor”, ele tenha avisado que usaria apenas o sentido denotativo, o que o leitor percebe ao longo do texto é exatamente o oposto: “flor é o salto / da ave para o voo”.