O período literário conhecido como Pré-Modernismo aconteceu, no Brasil, de 1902 a 1922 e estabeleceu como limites as obras Os Sertões, de Euclides da Cunha, e Canaã, de Graça Aranha. A expressão pré-modernismo foi criada pelo crítico literário Alceu de Amoroso Lima – mais conhecido por seu pseudônimo Tristão de Athayde – que o usou, pela primeira vez, em sua obra Contribuição à História do Modernismo, publicada em 1939. Os principais autores do período foram Euclides da Cunha, Lima Barreto, Monteiro Lobato e Augusto dos Anjos.
Assim como o Romantismo, o Pré-Modernismo caracterizava-se pela temática nacionalista; o primeiro, com textos de cunho ufanista e o segundo, com um nacionalismo crítico, questionador. Euclides da Cunha usou sua obra para apresentar ao leitor o massacre no Arraial de Canudos, Lobato nacionalizou a literatura infantil, Lima Barreto retratou a realidade dos subúrbios cariocas, Augusto dos Anjos aliou elementos simbolistas e parnasianos ao vocabulário científico.
Esta literatura nacionalista era um paradoxo no início do século XX, quando o Brasil estava ainda influenciado pela Belle Epoque (período que vai de 1885 a 1918, quando Paris serve de modelo para a cultura e o comportamento). O Rio de Janeiro era a capital da República e o dinheiro da agricultura de café patrocinava o projeto de urbanização pelo qual passava a cidade – como a construção do Teatro Municipal e a abertura da Avenida Central, atual Avenida Rio Branco. A literatura pré-modernista surgia, então, como o oposto ao fausto da cidade, e trazia um novo “descobrimento do Brasil”, que só se concretizaria anos mais tarde com a literatura modernista.
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Maravilhoso poder ler e viajar nessa história.