É abril de 2020 e estamos em meio a uma pandemia mundial da COVID-19, provocada pelo novo coronavírus. Como tentativa de frear a disseminação da doença, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou o isolamento social em todos os países onde ela se manifestou. Houve impacto significativo na economia e também na Educação: as instituições de ensino suspenderam as aulas; em muitas, as aulas presenciais foram substituídas por interações em ambientes virtuais de aprendizagem. Será que os professores estavam preparados para esse cenário?
Cerca de um mês atrás, eu publiquei um tutorial sobre o uso do Google Classroom. O vídeo (confira no YouTube) já passou de 2.400 visualizações e eu recebi tantos, mas tantos emails de professores com dúvidas, que cheguei a uma conclusão trágica: as secretarias de educação, as universidades e as escolas particulares nunca deram importância ao GC, nunca capacitaram os professores para usá-lo e agora eles que se virem!
Eu sei que vai aparecer alguém para falar da maravilha que são outras plataformas… Gente, pelo amor de Deus, eu estou me referindo a uma plataforma simples, que está disponível na conta de todo mundo que tem Gmail e cujo uso é extremamente intuitivo. Estou falando do SIMPLES! As pessoas estão enroladas/desesperadas para usar o SIMPLES! As escolas não se preocuparam em preparar os profissionais para usar o que eles já têm!
Os professores viraram youtubers! Eu vejo isso com ex-alunos meus, hoje profissionais das redes privadas: exaustos e aprendendo na marra a dar aula fora da sala de aula. Nenhum de nós foi formado para ser professor em um mundo digital: nem eu, que me formei em 1997, nem meus sete estagiários de 2019. A licenciatura não dá conta do óbvio: a Educação ia chegar aos ambientes digitais em algum momento! Eu entrei para o grupo Blogs Educativos em 2008 e os seus membros já estavam lá discutindo (e fazendo congresso virtual) muito antes da minha chegada.
As tecnologias educacionais digitais eram desprezadas por muita gente até o outro dia. Eu vi, muitas vezes, esse desprezo chegar acompanhado de um risinho ridículo de canto de boca quando o assunto eram os blogs educacionais, por exemplo…
A pandemia criou uma urgência e foi como lembrar de recarregar o extintor depois de o incêndio já ter começado.