Certamente você, em algum momento, ouviu as expressões regência verbal e regência nominal e deve saber que elas integram os estudos de Sintaxe, mas saberia dizer o que aqueles termos significam?
O que é regência?
Regência é um substantivo abstrato derivado do verbo reger (governar, comandar, dirigir); portanto, significa governo, comando, direção.
Luft (1999) afirma que “em Gramática, emprega-se o termo em sentido amplo e restrito. Em sentido amplo, regência equivale a subordinação em geral” (p.5). Confira o exemplo:
Pedro trabalha muito. – O advérbio muito é subordinado ao verbo trabalhar; em outras palavras, intensifica o sentido do verbo a que está associado.
Todo estudante do Ensino Médio já disse ou ouviu a frase “O verbo precisa (ou não) de complemento”. O professor também destaca que, em sentido restrito, regência “é a necessidade ou desnecessidade de complementação implicada pela significação de nomes (substantivos, adjetivos, advérbios) e verbos” (p.5). A essa explicação de Luft corresponde o que conhecemos por regência nominal e regência verbal.
O que significa essa “necessidade ou desnecessidade de complementação”?
Faria sentido alguém dizer “Luiz trouxe”? O verbo trazer necessita, nesse caso, de um complemento obrigatório. Essa frase descontextualizada fará com que o interlocutor faça outra pergunta: “Trouxe o quê?”, cuja resposta pode ser “um livro, um bolo, o irmão etc”. Quando o verbo exige um complemento, temos a regência verbal.
Quando o complemento é pedido por um nome, temos a regência nominal. É o que acontece em “O instrutor ficou abismado com algo“. O adjetivo precisou de um complemento nominal.
Ter dúvidas sobre regência (e isso inclui a crase) é normal. Eu listei os cinco termos de busca no Google que mais trouxeram leitores ao Conversa de Português nos últimos 28 dias:
Atualização em 24/01/21: Na imagem, onde está escrito “sentido de inalar”, leia-se “sentido de desejar, almejar”.
Leia mais no blog:
Ir a praia ou ir à praia? – o uso do acento grave
Referências:
LUFT, Celso Pedro. Dicionário prático de regência verbal. 7.ed. São Paulo: Ática, 1999.
Obrigada pela prontidão em responder-me. Abraço
Olá, acho que houve um engano na quiinta frase: eu aspiro a um futuro melhor”. nesta frase o verbo aspirar Não tem sentido de inalar, mas sim de : desejar almejar. A crase ai não seria capaz por causa da palavra masculima um futuro ..Não ?
Marli,obrigada! Eu não havia percebido que tinha repetido aquele texto. Quanto ao uso do acento grave, nada justifica o uso na frase.