Por que “casinha” é com “s” e “pezinho” é com “z”?

Você já parou para pensar por que alguns diminutivos são grafados com “s” e outros, com “z”? É simples: o sufixo -inho, que indica o grau diminutivo, deve ser escrito com “z” em algumas situações. Assim, “pé” vira “pezinho”, “mãe” vira “mãezinha”, “café” vira “cafezinho”, “nariz” vira “narizinho”, “amor” vira “amorzinho”.

Em “casinha”, temos um outro processo: na palavra primitiva, que já contém um “s”, apenas acrescentamos o sufixo -inho: “casinha”, “japonesinho”, “lapisinho”.

De onde surgiu aquele “z” no sufixo “-zinho”?

No estudo sobre a estrutura das palavras, observamos um fenômeno chamado alomorfia; ou seja, mudança de forma. O sufixo -zinho é o alomorfe de -inho.

Algumas gramáticas costumam apresentar aquele “z” como uma consoante de ligação (serve para evitar dissonâncias na juntura de radicais e afixos). Não entendeu? Experimente ler cafezal sem o “z”: seria “cafeal”. Repare em cafeteira (a máquina de preparar café); se não houvesse um “t”, a palavra seria cafeeira, que é um adjetivo e cujo significado é “relativo ao caf锹. Cunha (2008) afirma que esses sons são empregados para tornar a pronúncia das palavras mais fácil.

Observa-se na linguística moderna a tendência generalizada de não isolar tais elementos na análise mórfica, preferindo-se considerá-lo como parte dos radical ou do afixo, que, se apresentariam sob a forma de variantes (ou ALOMORFES). (CUNHA, 2008, p. 95)

Esse fenômeno da alomorfia também é observado com o prefixo in– (-im). Sua variante i- ocorre somente antes de consoante nasal, lateral e vibrante: infeliz, imbatível, mas imoral, ilegível e irregular.

Notas:

¹cafeeiro (ca.fe.ei.ro) s.m. 1. Arbusto que tem por fruto o café. adj. Referente ao café. [De café + eiro]