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Filologia, história e língua: olhares sobre o português medieval

Filologia

Qual é  o  trabalho do filólogo? Como  são lidos e editados  os textos  medievais? O livro Filologia, história e língua: olhares sobre o  português  medieval  responde a essa e a outras perguntas que eventualmente sejam feitas por  quem tem contato com a área pela primeira vez.  A obra é escrita por Leonardo  Marcotulio, Célia Lopes, Mário Jorge Bastos e Thiago  Laurentino, todos da Universidade Federal do  Rio de Janeiro (UFRJ). Dois  grandes  nomes da  Linguística assinam  as  apresentações:  Carlos  Alberto Faraco (UFPR) e  Dinah Callou (UFRJ).

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O livro  é  dividido em um capítulo  introdutório, seguido de 6 capítulos, além de  conter corpora para estudo do português  medieval e uma  lista com atividades  complementares. Na introdução, os autores explicam a  Filologia  como  uma área de estudo que  se dedica ao resgate da origem da língua, ao acompanhamento de seu evolução e à compreensão dos fatores históricos e sociais que  influenciam a formação das línguas.

Os dois primeiros  capítulos  componentes da  Parte I  (“O  labor  filológico: da leitura à edição de textos  antigos”) destinam-se a apresentar ao leitor o trabalho do  filólogo e os  pesquisadores  partem de um texto muito atual  para  explicar o ofício: usam a captura de tela de uma mensagem  enviada pela neta ao  seu  avô;  a partir daí , o texto (que  contém  muitas abreviações características da internet) é restaurado até  uma versão  compreensível por um receptor de qualquer geração.  Na sequência,  o  leitor é  conduzido a  fazer o  mesmo tipo de trabalho  com um texto novecentista.  O  segundo  capítulo demonstra como  o filólogo observa detalhes como  a tipografia, espaçamentos, imagens.

O testamento de D. Afonso II é um dos documentos analisados pelos pesquisadores.

A Parte II (“O labor  histórico-linguístico: da história externa à história interna dos  textos) é composta pelos  quatro  capítulos restantes e  trata da formação do profissional que  tratará da história da língua, bem como  de diversos aspectos inerentes ao desenvolvimento da língua: dos grafemáticos aos  morfossintáticos.

O  capítulo final  (“Atividades complementares”)  contém 23 exercícios por meio dos quais  o  leitor verificará  o  que aprendeu com a leitura do livro.   O  profissional de Letras ─ principalmente, o  professor ─ percebe ser possível  adaptar o que foi lido  à sua realidade docente. Talvez não tenha sido essa a intenção dos  autores, mas é  possível  pensar em  uma atividade  de apresentação de textos  antigos a estudantes do Ensino  Médio, por exemplo. Por que não  propor  algo  por meio do qual  os  alunos  possam conhecer a escrita de  estágios mais antigos da língua?

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Andréa Motta

Professora de Língua Portuguesa , Literatura e Formação do Leitor Literário no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro.

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