O exame discursivo do vestibular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ 2017) acontecerá no próximo domingo, 11 de dezembro. Neste texto, comentaremos as questões de 01 a 04 da prova de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira aplicada em 2015. Assim como na série ENEM – Questões comentadas, apresentarei a questão, o padrão oficial de resposta, meu comentário e um link com texto para aprofundamento do assunto.
No conto, o narrador faz referência a duas etapas distintas da vida do protagonista.
Nomeie essas duas etapas, na ordem em que elas aparecem no texto. Em seguida, transcreva a frase que explicita a distinção entre as duas etapas.
Padrão de resposta oficial:
1 ª etapa: adolescência / juventude.
2ª etapa: infância / meninice / pré-adolescência.
Frase: Houve um tempo em que Clarete se chamava simplesmente Clara.
Comentário:
Ao ler o texto o candidato deve perceber que a narrativa apresenta a protagonista já atarefada por compromissos de uma moça adolescente.
QUESTÃO 2
Considere, nas passagens abaixo, as orações iniciadas por preposição:
Olhou para o céu, certificando-se de que não ia chover(l.1)
Clarete também teve o bom senso de não insistir. (l. 5)
Aponte o valor sintático de cada uma dessas orações:
Padrão de resposta oficial:
Valor sintático: objeto indireto / oração subordinada substantiva objetiva indireta.
Valor sintático: complemento nominal / oração subordinada substantiva completiva nominal.
Comentário:
Esta é uma questão de nível médio e exige que o candidato saiba o que são orações e preposições. A primeira frase é formada por um período composto em que a oração a ser analisada é “… de que não ia chover”. Ela funciona como objeto indireto do verbo certificar-se.
Na segunda frase – também formada por um período composto – o trecho analisado é “…de não insistir”, que funciona como um complemento nominal de bom senso.
O candidato desatento pode se confundir e classificar as duas orações como objetivas indiretas. Essa confusão se dá, pois objeto direto e complemento nominal são termos iniciados por preposição. A diferença entre os dois termos da oração é o fato de o primeiro ligar-se a um verbo (daí, ser também chamado de complemento verbal) e o segundo, a substantivos, adjetivos e advérbios.
QUESTÃO 3
Rosas. Que nome! Não lhe entrava na cabeça que uma pessoa pudesse se chamar Rosas. Nem Rosas, nem Flores. Que esquisitice, já viu?
Arregalou os olhos fotogênicos.
— Que amor!
Uma senhora ocupava o banco da frente, com um chapéu, rico, de feltro, enterrado até às sobrancelhas. (l. 15-20)
No trecho acima, o autor utiliza tanto o discurso indireto livre quanto o discurso direto.
Transcreva uma frase que exemplifica o emprego do discurso indireto livre. Indique, ainda, a cena desse mesmo trecho que motivou o uso do discurso direto pela personagem.
Padrão de resposta oficial:
Uma das frases:
- Que nome!
- Nem Rosas, nem flores.
- Que esquisitice, já se viu?
Cena: a visão do chapéu da senhora no banco da frente.
Comentário:
Para resolver esta questão, o candidato deverá usar seus conhecimentos sobre os tipos de discurso — direto, indireto e indireto livre — e as características que os diferem.
Link para estudo:
QUESTÃO 4
O texto Felicidade é um exemplo de prosa urbana modernista. Observe:
O rapaz da ponta, com o Rio Esportivo aberto nas mãos e os olhos pregados nela, sorriu também. Clarete arrumou-lhe em cima um olhar que queria dizer: idiota! e o rapaz zureta afundou os óculos de tartaruga na entrevista do beque carioca sobre o jogo contra os paulistas.
Praia de Botafogo. Meu Deus! Pendurou-se nervosamente na campainha…(l. 24-28)
Com base neste trecho, aponte duas características da prosa urbana modernista, sendo uma relacionada ao conteúdo e outra à linguagem.
Padrão de resposta oficial:
Conteúdo: a vida moderna / a vida na cidade grande / o cotidiano urbano.
Uma das respostas relacionadas à linguagem:
- Uso de expressões coloquiais / linguagem informal.
- Frases curtas.
Comentário:
O tema desta questão é a linguagem utilizada na prosa urbana modernista. Marques Rebello é um importante escritor da segunda geração modernista — a geração de 1930. Seu primeiro livro (Oscarina) foi publicado em 1931. A prosa da época seguia três vertentes: regionalista, urbana ou intimista. A característica linguística do movimento era o uso de frases curtas e expressões coloquiais.
Links para estudo:
Confira a análise da prova de Língua Portuguesa Instrumental:
UERJ 2016 – Língua Portuguesa Instrumental
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