Um dos movimentos artísticos mais importantes para o Brasil foi o Modernismo, que culminou com a Semana de Arte Moderna em fevereiro de 1922. Neste post, faremos uma breve abordagem sobre a Semana e, ao final, disponibilizaremos um material de estudo para os nossos leitores. O arquivo foi elaborado por mim como material para ser utilizado por meus alunos do Ensino Médio nas aulas da disciplina Língua Portuguesa e Literatura Brasileira.
As décadas iniciais do século XX foram marcadas por tentativas de renovação nas artes e na literatura brasileira, como já era possível observar nas obras de autores pré-modernistas como Monteiro Lobato e Lima Barreto. Naquela época, a palavra modernismo ainda não era de uso corrente para referir-se aos movimentos estéticos; futurismo era, então, o termo utilizado para designar o início dos movimentos de vanguarda. Apesar de não concordarem totalmente com os princípios do Manifesto do Futurismo, os modernistas paulistanos usaram a expressão para marcar sua posição sobre a literatura nacional. Ser futurista era ser contrário à arte acadêmica e adepto de ideias inovadoras.
Dois momentos foram importantes para a idealização da Semana de Arte Moderna, que aconteceu no ano do Centenário da Independência: a exposição Malfatti, em 1917, e a participação vitoriosa de Vitor Brecheret em um concurso de artes em Paris. Anita Malfatti expusera novos quadros nos quais deixava evidente a influência das novas tendências artísticas com as quais tivera contato em Paris. A aproximação de Malfatti com as novas tendências provocou grandes críticas à sua obra e uma das opiniões mais agressivas veio do escritor pré-modernista Monteiro Lobato, que comparou a produção da pintora às telas produzidas por loucos em manicômios:
De há muito que a estudam os psiquiatras em seus tratados, documentando-se nos inúmeros desenhos que ornam as paredes internas dos manicômios. A única diferença reside em que nos manicômios essa arte é sincera, produto lógico dos cérebros transtornados pelas mais estranhas psicoses; e fora deles, nas exposições públicas zabumbadas pela imprensa partidária, mas não absorvidas pelo público que compra, não há sinceridade nenhuma, nem nenhuma lógica, sendo tudo mistificação pura. […] (LOBATO, 1917).
Os artistas da época compreenderam, então, que era necessária uma reação às críticas, a fim de que pudessem mostrar que a nova arte brasileira não devia nada ao que era feito na Europa sob influências das Vanguardas.
O vídeo que introduz esse post – se não conseguir visualizá-lo, clique AQUI – é um trecho da minissérie intitulada Um só coração e apresentada pela Rede Globo de Televisão em 2004, como comemoração aos 500 anos da cidade de São Paulo e reprisada pelo canal Viva em 2013. Na narrativa contada por Maria Adelaide Amaral, o idealizador da Semana é Mário de Andrade; no entanto, vale ressaltar que foi o pintor Di Cavalcanti quem teve a ideia de organizar uma semana de exaltação às artes modernas e logo conseguiu o apoio de grandes nomes como Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Heitor Villa Lobos, Guiomar de Novaes, Menotti Del Picchia. Cavalcanti, que já era um pintor reconhecido, desenhou os cartazes de divulgação e elaborou a capa do catálogo da exposição. A Semana de Arte Moderna aconteceu, patrocinada por empresários paulistanos nos dias 11 a 18 de fevereiro de 1922.
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