Os pronomes relativos são assim chamados porque se referem, geralmente, a um termo antecedente (Com exceção do relativo CUJO, que se refere a um termo que o sucede). Você quais são e como usá-los?
I. Sobre os antecedentes do pronome relativo
O antecedente do pronome relativo pode ser:
- um substantivo: Aquela é a moça de quem falei.
- um pronome: Foi ela quem chamou.
- um adjetivo:
- um advérbio: Lá, onde Marina mora, é um lugar belíssimo.
- uma oração (geralmente uma oração resumida pelo pronome demonstrativo o): O júri inocentou o réu, o que não surpreendeu ninguém.
- Emprego dos pronomes relativos
QUE
Que é o principal pronome relativo. Usa-se em referência a pessoa ou coisa, no singular ou no plural. Pode iniciar orações adjetivas restritivas ou adjetivas explicativas. Ex.: Quem é aquele que vem ali?
QUAL
O qual – Nas orações adjetivas explicativas, substitui que e serve para enfatizar o antecedente ou melhor explicitá-lo .Ex.: Conheci o escritor e sua esposa, o qual, certa vez, veio à nossa escola.
QUEM
Emprega-se com referência apenas a pessoas e coisas personificadas. Ex.: A moça com quem falei é irmã do meu amigo.
CUJO
Cujo estabelece uma relação de posse entre um elemento da oração e o termo que o sucede. Concorda em gênero e número com a “coisa” possuída. Ex: Os livros cujo autor virá nos visitar foram todos vendidos.
Erros no emprego de CUJO: Constitui erro empregar cujo como sinônimo de o qual, os quais, as quais (Aqui está o livro cujo livro compramos) e precedido ou seguido de artigo (Esta é a menina cujo o pai veio à escola. Este é o autor à cuja obra te referiste.)
QUANTO
Quanto tem como antecedente os pronomes indefinidos tudo, todos (ou todas), que podem ser omitidos. Ex.: Tudo quanto lhe falei era verdade.
ONDE
Em lugar de em que, de que, a que, nas referências a lugar, empregam-se respectivamente, onde, aonde, donde (que funcionam como adjuntos adverbiais). Sugere-se o uso de onde quando há ideia de repouso e aonde quando o verbo sugere ideia de movimento. Ex.: O colégio onde estudas é bom?. O lugar onde moro. A loja aonde irei é nova.
Os professores Celso Cunha e Lindley Cintra, em seu livro Nova gramática do português contemporâneo, lembram-nos de que, embora a gramática tradicional estabeleça, na língua culta contemporânea, diferenças entre onde (= o lugar em que) e aonde (= o lugar a que), tal distinção nem sempre pode ser observada nos clássicos. Já o professor Marcos Bagno, ao observar aquilo que de fato é mais usado pelos falantes brasileiros de qualquer classe social, diz que “além do declínio […] do uso da preposição a, podemos lançar a hipótese de que o verbo ir tem uma carga semântica de [movimento na direção de] tão forte que nas interrogações e nas orações relativas a preposição pode muito bem ser dispensada”. Por esta razão, é comum observarmos construções como “Onde você vai?” ou ” A casa onde ela foi”, em lugar de “Aonde você vai?” e “A casa aonde ela foi”.
Leia também:
Emprego dos pronomes demonstrativos
Referências:
BAGNO, M. Não é errado falar assim – em defesa do português brasileiro. São Paulo: Parábola, 2009.
CUNHA, C; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 5. ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008.