A personagem primeira-dama da minissérie Brado Retumbante, durante investigação de livros didáticos com informações falsas sobre a História do Brasil, em diálogo com a personagem-professora autora dos livros didáticos, trouxe novamente o tema do livro didático de Língua Portuguesa, muito comentado há alguns meses. A rede Globo, que em suas novelas, tão bem explora as variedades linguísticas que há no Brasil, quando trata de maneira direta essas mesmas variações, enfatiza que só existe uma Língua Portuguesa. Resta-nos perguntar por que faz isso. Creio que não é por acaso. A língua pode ser um instrumento de libertação, mas também de dominação.
Não creio que o Bonner converse com os filhos ou com os amigos da mesma maneira que apresenta o Jornal Nacional, tampouco que Renato Aragão, o Didi, não saiba outro Português além daquele que caracteriza seu personagem.
Digo isso por uma simples razão: a Escola deve sim ensinar o Português padronizado e considerado mais correto, pois, infelizmente, somente assim o aluno terá chance de ascensão social. Entretanto, dizer que só existe o certo e o errado dentro de uma língua, seja ela qual for, é uma das maiores, senão a maior, forma de preconceito que existe.
Esse foi o meu BRADO RETUMBANTE.
Laurindo Stefanelli
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