Carlos Drummond de Andrade nasceu em 31 de outubro de 1902, em Itabira, Minas Gerais. Era filho do fazendeiro Carlos de Paula Andrade e Júlia Drummond de Andrade. O poetinha mineiro completaria, portanto, 109 anos.
Aos oito anos, Carlinhos começou seus estudos no Grupo Escolar Dr. Carvalho Brito, em Belo Horizonte, onde conheceu Afonso de Melo Franco e Gustavo Capanema – que viria a ser ministro da educação de 23 de julho de 1934 a 30 de outubro de 1945 e de quem Drummond tornar-se-ia chefe de gabinete.
Em 1918, Carlos recebeu seu primeiro prêmio literário no Colégio Anchieta da Companhia de Jesus, em Nova Friburgo, do qual seria expulso no ano seguinte por “insubordinação mental”. Em 1923, já morador de Belo Horizonte, ingressou na Escola de Odontologia e Farmácia, concluído em 1925. Drummond nunca exerceu a profissão de farmacêutico, sob a alegação de querer “preservar a saúde dos outros”.
Em 1926, Heitor Villa-Lobos compôs uma seresta sobre o poema Cantiga de viúvo:
A noite caiu na minh’alma,
fiquei triste sem querer.
Uma sombra veio vindo,
veio vindo, me abraçou.
Era a sombra de meu bem
que morreu há tanto tempo.
me abraçou com tanto amor
me apertou com tanto fogo
me beijou, me consolou.
Depois riu devagarinho,
me disse adeus com a cabeça
e saiu. Fechou a porta.
Ouvi seus passos na escada.
Depois mais nada…
acabou.
Em 1928, publicou na Revista de Antropofagia um de seus poemas mais conhecidos:
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
A partir de 1941, passou a utilizar o pseudônimo O Observador Literário, com o qual assinava a coluna “Conversa Literária” na Revista Euclides. Em 1942, a Livraria José Olympio Editora publica a obra Poesias. José Olympio foi o primeiro editor a publicar uma obra completa de Carlos Drummond de Andrade.
Em 1986, mesmo ano em que publicou a obra Tempo, vida, poesia, sofreu um infarto que o deixou internado por 12 dias. Em 5 de agosto de 1987, recebeu a notícia da morte de sua filha Maria Julieta, vítima de câncer. “Assim terminou a vida de quem mais amei no mundo” foi a frase registrada em seu diário. Doze dias após a morte da filha, Carlos Drummond de Andrade teve um ataque cardíaco. Seu corpo foi sepultado no Cemitério de São João Batista junto com a filha.
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Atualizado em 25/10/2014