A literatura é uma expressão artística como a música e as artes visuais. Como arte, a obra literária tende a transmitir as preferências estéticas de seu autor, assim como o contexto histórico em que ele se insere. Muitos escritores tiveram suas obras censuradas por terem sido usadas como instrumento de denúncia política.
Hoje, 15 de novembro, celebra-se a Proclamação da República. Machado de Assis citou o momento de transição política em alguns capítulos de sua obra Esaú e Jacó . No capítulo LX – Manhã de 15, o autor descreveu o momento em que seu personagem, o Conselheiro Aires, saiu para um passeio no dia 15 de novembro e percebeu, pela movimentação na rua que algo acontecera com a política do país:
Enfim, cansou e desceu, foi-se ao lado, ao arvoredo, e passeou à toa, revivendo homens e coisas, até que se sentou em um banco. Notou que a pouco gente que havia ali não estava sentada, como de costume, olhando à toa, lendo gazetas ou cochilando a vigília de uma noite sem cama. Estava de pé, falando entre si, e a outra que entrava ia pegando na conversação sem conhecer os interlocutores; assim lhe pareceu, ao menos. Ouviu umas palavras soltas, Deodoro, batalhões, campo, ministério etc.
[…]
Na Rua do Ouvidor, soube que os militares tinham feito uma revolução, ouviu descrições da marcha e das pessoas, e notícias desencontradas. […] Não perguntou nada ao cocheiro; este é que lhe disse tudo e o resto. Falou de uma revolução, de dois ministros mortos, um fugido, os demais presos. O imperador, capturado em Petrópolis, vinha descendo a serra.
Leia mais sobre a Proclamação da República:
República da Espada, publicado no blog História Digital.
Fonte de pesquisa:
ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. São Paulo: Ática, 1994.
Seu blog tá lindo!… organizadinho,charmosinho e… é uma ótima fonte de conhecimentos literários. Parabéns!