A medição do tempo tem origem cósmica. Os antigos astrólogos usavam o ciclo do sol e da lua para construir a noção de dia, mês e ano. O nascer e o pôr-do-sol, o ciclo lunar, as quatro estações ajudavam o homem a medir o tempo. Para melhor medi-lo, os gregos inventaram as décadas, os romanos inventaram as calendas , mas ainda não havia a ideia de mês e dias.
Foram os judeus que, no século V a.C, instituíram a semana de 7 dias, como conhecemos hoje, uma noção aprendida por gregos e romanos. Os judeus usavam como referência aquele que, em sua cultura, era o dia de repouso; em hebraico, o vocábulo que designa “repouso” é sabbat. Os outros dias da semana eram designados a partir do sabbat.
Foram os judeus que, no século V a.C, instituíram a semana de 7 dias, como conhecemos hoje, uma noção aprendida por gregos e romanos. Os judeus usavam como referência aquele que, em sua cultura, era o dia de repouso; em hebraico, o vocábulo que designa “repouso” é sabbat. Os outros dias da semana eram designados a partir do sabbat.
No século IV da Era Cristã, iniciou-se uma luta religiosa contra os nomes de deuses pagãos nos dias da semana. Consta que Santo Agostinho, São Cesário, São Martinho e outros manifestaram-se ferozmente contra a semana pagã. São Martinho, bispo de Braga, teria proferido, em um discurso, as seguintes palavras: “Que loucura é, pois, que um homem batizado na fé de Cristo não venere o dia do Senhor (Domingo) e diga que guarda o dia de Júpiter e o de Mercúrio…“. São Martinho de Braga foi, portanto, o principal propagador da semana cristã. Em Portugal, usava-se a semana cristã, mas o restante da Europa não deixara os termos pagãos. Santo Isidoro escreveu, no século VII, sobre a formação da semana portuguesa:
Entre os hebreus o primeiro dia se chama una sabbati, o qual entre nós é dies dominicus, que os gentios consagram ao Sol. Secunda sabbati é secunda feria, que os do mundo chamam dies Lunae. Tertia sabbati é tertia feria, dia que eles chamam Martis. Quarta sabbati é quarta feria, que é a chamada Mercurii dies dos pagãos. Quinta sabbati é quinta tertia, isto é, quinto dia a partir do dies domenicus, que entre os gentios se chama Iovis. Sexta feria, que entre os mesmos pagãos se chama Veneris. Sabbatum é o sétimo dia a partir do domenicus dies, que os gentios dedicaram a Saturno e denominaram Saturni. Sabbatum traduzido do hebraico em latim é requies, porque nele Deus descansou de todas as suas obras.
A língua portuguesa é a única, entre as línguas românicas (ou seja, derivadas do latim) que abandonou totalmente a semana pagã, preferindo a língua e a religião hebraica como inspiração. O que não se sabe, ainda, é o significado exato da palavra “feria”, que hoje dizemos “feira”. Como ficaram, então, os dias da semana nas línguas neo-latinas? Temos dois grupos de nomes: um cristão e um híbrido, predominantemente pagão:
1. Semana cristã ou portuguesa: Domingo, segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira, sábado.
2. Semana híbrida:
- Francês: dimanche, lundi, mardi, mercredi, jeudi, vendredi, samedi.
- Italiano: domenica, lunedì, martedì, mercoledì, giovedì, venerdì, sabato.
- Espanhol: domingo, lunes, martes, miércoles, jueves, viernes, sábado.
- Romeno: duminica, luni, martsi, miercuri, joi, vineri,simbata.
- Provençal: dimengue, diluns, dimartz, dimercres, divenres, dissapte.
- Catalão: diumenge, dilluns, dimars, dimecres, dijous, divenres, dissapte
Fonte de pesquisa:
ELIA, Silvio. Preparação à linguística românica. 2.ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico: 1993. P. 255-270.
Andréa, legal este espaço!!
Outros amigos blogueiros gostam de dar dicas de português, como o Pablo (Cadê o Revisor) e Cirilo (simples coisas da vida) conhece?
A minha curiosidade era saber a origem da palavra domingo. Matada!!
Bom fim de semana! Beijus
Como você viu no texto, a referência não é exatamente aos planetas, mas aos deuses pagãos, com seus nomes romanos. Obrigada pela visita!
Eu achei o máximo quando aprendi na aula de espanhol que os dias da semana era representados pela Lua e pelos planetas.
Adorei o post!