A língua latina teve sua origem na região do Lácio ( Itália). Era a língua utilizada pelos romanos e apresentava dois aspectos: o clássico e o vulgar, que foram chamados pelos romanos de sermo urbanus e sermo vulgaris, respectivamente. A variação chamada clássica era destinada aos escritos literários, aos discursos políticos, conforme notamos nas obras de escritores como Cícero, e caracterizava-se pelo apuro gramatical. A língua vulgar (que, em latim, significa povo) era usada como língua familiar e pelas pessoas de pouca instrução da sociedade romana e, com a expansão territorial, por todo o Império Romano. Nesta categoria estavam os marinheiros, soldados, artífices, agricultores, barbeiros, homens livres e escravos sem a instrução das academias. Nesta variante estavam as gírias das várias profissões e os vocábulos incorporados por empréstimos lingüísticos decorrentes das conquistas militares.
Uma vez que a variação vulgar da língua não era considerada digna das boas letras, os estudiosos de filologia românica buscam informações a seu respeito em outras fontes: trabalhos de gramáticos que a utilizaram para demonstrar as formas equivocadas; obras dos comediógrafos que empregavam as formas do vulgo para representar a fala do povo iletrado; inscrições tumulares; documentos redigidos por copistas descuidados; tábuas execratórias (pequenas placas de chumbo, bronze estanho, mármore ou terracota que continham fórmulas de encantamento e maldição). Outro importante meio para se chegar à forma vulgar do latim eram as “glossas”, listas de palavras que apareciam acompanhadas de formas correspondente no padrão culto.
- COUTINHO, Ismael de Lima. Gramática histórica. 7.ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1996. p. 29-40.
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