Os leitores que acompanham este blog desde outubro de 2008 sabem como tudo começou: eu criei o Conversa para servir de apoio para as aulas em uma de minhas turmas, mas já era finalzinho do ano e os alunos pouco puderam usufruir do novo recurso. Em março de 2009, eu conheci uma nova turma. E junto com tanto carinho, veio também um fôlego novo para escrever. Hoje, eu fui à escola me despedir: os meus alunos queridos formaram-se técnicos em Química!
Nossa primeira tarefa descrita aqui no CP era uma pesquisa sobre os países lusófonos – isso foi em maio de 2009. Depois daquele texto de apresentação, nós fomos colocando aqui um pouco do que eles faziam em um outro espaço. O Conversa, em determinado momento, foi blog e depois virou um ambiente virtual de aprendizagem na plataforma NING. Naquela espécie de rede social particular, escrevíamos, postávamos vídeos interessantes sobre os temas das aulas e cada um deles foi se apropriando aos poucos daquele novo espaço. Um dia, os responsáveis pela plataforma resolveram acabar com o serviço gratuito. Quem tinha conta lá descobriu que não dava pra fazer backup; quem conseguiu fazer descobriu que os arquivos não abriam em nenhum lugar que não fosse aquela plataforma. Eu não era mais a professora da turma, mas precisava contar aos alunos que um ano inteiro de trabalho fora pelo ralo! Lembro que, quando bati na porta, só havia uns poucos alunos e lembro da carinha de choro de uma das meninas. E lembro do “Ah, professora…” de um dos meninos. Aquilo acabou comigo e eu quase desisti dessa coisa de tecnologia na educação. Valeu não ter desistido! Valeu tanto que meu amigo William ─ professor de Inglês na mesma escola e que não me deixou desistir ─ achou, por acaso, um artigo sobre o uso de blogs e redes sociais no ensino de língua espanhola e o Conversa de Português era citado como exemplo de utilização daquela plataforma no ensino de língua portuguesa (Clique aqui para ler).
Os meninos ficaram na escola por quatro anos e meio. Como disse a oradora, em seu discurso de formatura, “foram quatro anos e meio: muitas coisas vividas e duas greves”. Acho que já expliquei aqui que o curso deles é em períodos – um modelo parecido com o ensino superior; dos oito semestres do curso, como ela também lembrou, eu estive com eles em cinco. E nesse intervalinho em que estive ausente, houve até quem brigasse comigo: “Mas por que você não vai ficar com a gente?”, “Não é você quem está montando o horário?”. E eles quase ficaram “de mal”!
Hoje eu me arrumei para ir à formatura dessa turma. Aquelas “crianças” levadas de 2009 viraram lindas moças e lindos rapazes. Antes da formatura, eu lembrei da nossa ida à Bienal do Livro naquele mesmo ano e as travessuras de alguns deles durante o passeio. No ano passado, fomos juntos conhecer o Instituto Pretos Novos. Na cerimônia, eles mostraram as fotos desses dois momentos e foi legal ver!
Eu fiquei lá olhando as fotos do vídeo que eles prepararam e pensei: “Nossa, acabou! E agora?”. Ah sei lá! Eu acho que vou lembrar sempre da representante que dava bronca na turma, do rapazinho que se denomina “O polêmico!”, da mocinha elegante com cara de Audrey Hepburn, do rapaz altão muito educado com todos, da menina que me via na rua e gritava “Professora lindaaaaaaaaa”. Vou lembrar do menino sem juízo que precisava levar um puxão de orelha por dia, do corajoso que largou tudo para tentar uma vida diferente no Canadá, daquela que não foi à aula por causa do cantor favorito. Eu vou lembrar da turma toda com muito carinho. Sim, a Isa tinha razão, quando, ao me chamar para receber meu presente no palco, disse: “Ela ama muito a gente!”.
Obrigada, queridos! Eu sou muito grata!
A estrada (Cidade Negra), música escolhida como tema da formatura.
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Que lindo professora!!! Obrigada por tudo.. vamos sentir saudades! Muito sucesso! Beijos s2
Obrigada, Nathália. Este blog será sempre de vocês.
Lindaaaaaaa!!! Obrigada por tudo profª! Vc faz parte de nós!
Obrigada, Nathally. Eu fico muito feliz por ter conhecido vocês.