Linguística

Ambiguidade como recurso expressivo

Certamente,   você já  ouviu  ou usou  o  termo   ambiguidade. Isso  significa   que um  enunciado pode ter  mais de um sentido, mais de  uma interpretação.  Esse  recurso pode  provocar  um efeito  de  humor ou  destruir  completamente  um texto.

Quando a  ambiguidade  é  um bom  recurso   linguístico?

 Há situações – piadas,  brincadeiras,  poesias, quadrinhos,  campanhas  publicitárias –   em que  o   duplo  sentido  contribui a   para  a  expressividade do  texto.  Observe:

dengue

A imagem  acima   foi  utilizada foi  utilizada  pela  prefeitura de Pindamonhangaba como  campanha  no  combate  ao   mosquito transmissor  da  dengue.  A  ambiguidade da expressão “O  bicho  vai  te  pegar” contribui  para  tornar a  expressão  mais  atraente  ao  leitor. Essa expressão  popular  é, geralmente,  utilizada para reforçar  uma ideia  negativa. No  contexto  de  produção do  cartaz, a  frase  tem  duplo sentido: o “bicho” (mosquito) pode  picar as  pessoas – esse é   o sentido  literal –  e  a  situação ficará  difícil  se as  pessoas   ficarem  doentes (sentido construído  pela  ambiguidade).

Veja  a  segunda imagem:

precos

A expressão “Tudo  em  cima” é utilizada  como  um cumprimento e  pode   significar “Tudo bem?”,  “Como  vai?”.  Na  imagem acima, ela  aparece  com  duplo  sentido e  é  isso que  dá  o  toque de  humor  a  todo o  texto. Note  que o freguês entra e  cumprimenta  o senhor Gregório; este,  por  sua  vez, ao  responder demonstra compreender  o significado da  expressão.   Se  observarmos  todo o  cartum, perceberemos  que  o  desenhista usou outro  sentido: os  preços  altos dos  produtos.

Às vezes, a  ambiguidade atrapalha!

Há  situações em  que a  ambiguidade  não  ocorre  intencionalmente e, muitas  vezes,  constitui um problema  para a  compreensão  geral do texto. Isso  pode  ocorrer  devido a  uma  frase  mal  estruturada sintaticamente.   A imagem  abaixo foi  muito  compartilhada  nas  redes sociais:

prato

O que  autor  do  aviso  pretendia, de  fato, dizer? Responda nos comentários!

Bibliografia  consultada:

ILARI, R;  GERALDI, J.W.  Semântica.  São  Paulo:  Ática, 2006

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Andréa Motta

Professora de Língua Portuguesa , Literatura e Formação do Leitor Literário no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro.

Artigos relacionados