[Indicação de leitura] Linguística? Que é isso?

José Luiz Fiorin é professor do Departamento de Linguística da Universidade de São Paulo (USP) e é reconhecido como um dos maiores especialistas brasileiros em Análise do Discurso e do Texto. Em Linguística? Que é isso?, o pesquisador – autor e organizador de obras como Introdução à Linguística e Elementos da Análise do Discurso – propõe uma reflexão sobre o que é Linguística e quais são os seus objetos de estudo. O livro, publicado em 2013, é composto por seis capítulos, dentre os quais metade é de autoria de Fiorin, o organizador da obra.

No prefácio, o pesquisador explica a necessidade de publicar um trabalho como esse: há muita desinformação a respeito da Linguística e a imprensa é, em muitos casos, responsável por disseminar vários desses equívocos. No primeiro capítulo (“A linguagem humana: do mito à ciência”), o linguista explica a linguagem como uma capacidade específica dos seres humanos; resume alguns dos mitos que envolvem o seu surgimento; explica cada uma das funções da linguagem; compara a Linguística à Gramática e à Filologia e, por fim, apresenta os objetos dessa ciência. No segundo (“As línguas do mundo”), Fiorin trata de um dos objetos teóricos criados pela Linguística – a língua – e tece considerações sobre o Curso de Linguística Geral, de Ferdinand de Saussure. Em “A natureza da linguagem humana”, de autoria de Esmeralda Vailati Negrão, a autora aborda o tema sob o ponto de vista das teorias gerativas e apresenta os diversos conceitos de língua/linguagem. Em “Mudança linguística”, Evani Viotti discute mudanças linguísticas sob o ponto de vista de três abordagens linguísticas: Estruturalismo saussuriano, Gramática Gerativa e Sociolinguística variacionista. No último capítulo (“O uso linguístico: a pragmática e o discurso”), Fiorin e Norma Discini abordam a linguagem a partir dos conceitos da Pragmática e da Análise do Discurso.

Vale observar que o livro, apesar de tratar de um tema tão complexo quanto a Linguística, atende ao propósito de seu organizador: sua linguagem é acessível tanto a pesquisadores da área quanto a leitores leigos que abram o livro por mera curiosidade.